Seguimos em Frente?

416 33 95
                                    

Já estava de volta a Londres há alguns dias, o trabalho estava consumindo meu tempo inteiro

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Já estava de volta a Londres há alguns dias, o trabalho estava consumindo meu tempo inteiro. Estava exausto, no entanto, isso já era de se esperar, sempre quando o filme está para ser lançado, tenho mais trabalho do que durante as gravações.

Depois da nossa primeira vez, no hotel, continuei saindo com a Natalie. Durante a turnê foi mais leve e tranquilo, confesso que voltar para Londres mexeu comigo e mudou um pouco as coisas. Voltar para cá trouxe tudo para o topo, a Cecília, a falta que ela me faz, o quanto eu ainda a amo e quanto desejo reatar nosso casamento!

No dia que chegamos foi muito difícil entrar em casa, o cheiro dela estava em todo lugar, foi pior ainda quando fui tomar banho e vi que o óleo corporal que ela usava, continuava lá. Morto de saudades, não resisti e o abri sentindo o cheiro, foi um soco no estômago, aquele era o cheiro dela, me remetia a lembranças maravilhosas, e sem falar na saudade que bateu, me senti uma pessoa miserável sem ela ao meu lado.

Há dias não tinha notícias dela, não sabia o que ela estava fazendo, como ela estava se sentindo, nada. Apenas um grande silêncio que me matava aos poucos. Confesso que acreditei que os dias viajando amenizariam a tristeza do fim do nosso casamento, e também o fato de eu estar saindo com outra pessoa, mas, quando pisei aqui, essa realidade voltou dobrada, pressionando meu peito.

Natalie estava de chateada comigo há alguns dias, ela não entendia o fato de eu não querer transar com ela na minha casa, toda a vez que ela tentava uma investida eu me recusava. Eu simplesmente não conseguia e também não queria. Eu nunca levei mulheres na minha casa, sempre mantive essa distância e eu ainda via aquela casa como sendo da Cecilia. A casa que sonhei vivermos juntos, ter e criar nossos filhos, e envelhecer ao lado dela. Sei que parece estranho, mas era assim que eu via, então, ter outra mulher na minha cama la dentro, não era uma opção.

Notando meu jeito, e talvez até percebendo meu pensamento, Natalie dizia que eu a tratava como uma prostituta, eu entendia o sentimento dela, mas, nem de longe era esse o meu pensamento. Não queria chateá-la mas também não iria fazer algo que não me sentia confortável, e como trabalhávamos juntos, ela procurava ser profissional, mas eu sabia que estava com raiva.

Estávamos voltando de uma entrevista que havia concedido a uma revista, com outros colegas de elenco, e a Natalie, como minha assistente, estava comigo.

— Por que você está vindo por esse caminho de novo? — franze o cenho, confusa. — Pela via principal é muito mais rápido!

— Mas tem mais trânsito! — Minto, descaradamente.

A verdade é que sempre que eu podia eu passava pela frente da Yaman, não posso dizer que eu cortava caminho por lá, porque aumentava consideravelmente a distância, mas eu, como um adolescente de 15 anos, fazia isso na esperança de poder ver Cecília, mesmo que de longe.

— Você é engraçado às vezes. — Bufa olhando para fora da Janela — Tem umas teorias malucas! — Sabia que aquilo era uma alfinetada, mas eu apenas sorri, olhando atento para os lados.

Quando tudo dá errado... Parte 2 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora