Flores

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Cheguei na sala de parto e me deitaram na mesa, dobrei as pernas eles me cobriram com um lençol então a médica entrou com o Henry na sala, ambos devidamente vestidos como manda a regra.

Eu estava tentando respirar como as enfermeiras me ensinaram mas era vão, as dores estavam continuas e alucinantes. O Henry se aproximou de mim e me olhou com os olhos azuis oceanos que regiam minha vida.

- Eu estou aqui! - Pegou minha mão - Sem nenhuma espiadinha, prometo! - Sorriu charmoso se lembrando da nossa conversa de ontem.

- Vamos lá Cecilia! Quando a dor vier você vai empurrar com muita força! Agora!! - Ordenou quando a contração veio forte

- GrrrrrmmmmmAAAARRWWW! - Forcei como ela pediu e nada.

- É assim mesmo Cecília, mais uma vez! Vai! - Ordenou novamente e eu fiz com mais empenho ainda. Fiz mais uma, e outra, e outra.

- Eu acho que não vou conseguir! Não vai dar! - Admiti completamente exausta e sem forças.

- Vai sim, você já está quase lá! Foca no Anthony! De novo vai! -

- Aperta minha mão amor! - O Henry pedia completamente em vão, aquilo não estava me ajudando. Mas eu apertei para não desaponta-lo. E lá fui eu buscando forças que eu nem tinha mais.

- HUMMMMGGGRRRR - Forcei desesperadamente sem resultado, então comecei a chorar. - Eu não vou conseguir! - Assumi desesperada.

- Você vai sim! Você sabe a mulher forte que você é e seu filho precisa dela agora! Só mais uma Cecília!

- Amor - O Henry se encostou na mesa de costas para a médica e ficou de frente para mim - Tenta outra vez, olha nos meus olhos, aperta a minha mão e olha pra mim! - Disse com os olhos arregalados deixando claro seu nervosismo, pegou a minha mão e falou- Vai, força.

E fiz como ele pediu, quando a dor veio segurei firme na mão dele, olhei nos seus olhos e forcei com mais força que todas as outras vezes.

- AAAAAAAARRRRRRGGGGHWWWW- Urrei e em seguida senti um alívio imenso. Sem entender muito bem de onde veio aquele alivio ouvi o choro do Anthony, em plenos pulmões!

- Olha o pacotinho aqui!! - A Médica anunciou exultante levantando o Anthony para que eu pudesse vê-lo.

- Meu Deus! - Falei em prantos - Filho! - Ele era perfeito!

- Henry, vem cortar o cordão! - A médica chamou e ele foi sem conseguir segurar as lágrimas assim como eu.

Ele cortou o cordão e a enfermeira pegou o bebê levando para higienizar, medir e pesar!

- 51 cm e 4,200 kg! - Anunciou a enfermeira

- É um garotão! Puxou o pai! - A Médica falou surpresa! E o Henry sorriu vaidoso ainda chorando - Essa mamãe é muito forte, carregou esse bebezão até o último minuto!! - Me elogiou e eu sorri agradecida.

A enfermeira então entregou ele enroladinho numa manta para o Henry que o pegou completamente apaixonado. Ele sumia nas mãos do pai. O Henry trouxe ele até mim e apoiou no meu colo.

- Oi filho! - Eu estava perdidamente, miseravelmente apaixonada por aquele pacotinho - Obrigada por ter esperado a mamãe trabalhar hoje! - Sorri chorando lembrando da nossa conversa de madrugada.

Quando tudo dá errado... Parte 2 (Em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora