(EM HIATO )
É interessante saberem como o amor é desastroso e harmoniozo.
Complicado e Maravilhoso.
Any Gabrielly se encontrava vivendo em seu grande mundo do crime, felizmente ela não vendia drogas, mas matava por dinheiro. Fazendo de tudo para...
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São dias como este que fazem meu coração arder de dor. Eu sinto meu corpo se esvair a cada memória que eu não pude viver. Eu me recordo bem que quando eu era criança e ia pra creche, e via várias e várias mães abraçando seus filhos, eu já sentia isso que sinto hoje. O espaço vago que tem meu coração, minha memória e minha alma.
Você por acaso já parou pra pensar como é crescer sem uma mãe? Como é nunca poder contar pra ela como foi o seu primeiro dia de aula na escola, contar suas dificuldades e aflições? Dizer que a ama toda noite antes de dormir, e sentir o beijo quente que ela dá em sua bochecha?
Todo o conceito de mãe que eu conheço, foi a Marie que me deu. Ela não é mãe, então obviamente não tem o tato de uma. Não culpo ela por nada na minha vida, nem os meus problemas com ansiedade e vingança. Mas eu tenho certeza que se eu tivesse a minha mãe aqui, eu não seria quem eu sou hoje. Eu não teria uma lista negra colada nas minhas costas, eu não saberia como usar uma arma, um facão ou até matar rapidamente com um soco apenas. Mas infelizmente eu sei, e já deve estar na hora de eu seguir em frente.
Hoje faz 24 anos que minha mãe morreu, e bem.. também é meu aniversário. Talvez agora você possa sentir o tamanho da minha amargura. Era pra ser um dia feliz, mas a única coisa que eu penso é: Meu pai, a merda que ele fez, e minha mãe.
É tudo culpa dele, A culpa é dele!
Jogo uma taça de vinho na parede e vejo Marie entrar no quarto assustada. Meu olhar cai sobre os cacos de vidro, e eu me sinto como eles, totalmente quebrada.
— Any querida o que houve? — A voz angelical que minha tia carrega invade o espaço.
— Nada de mais, Marie.. apenas 24 anos! — Ela me olha tristonha.
— Poxa Any, eu achei que estávamos progredindo, no seu último aniversário você até saiu pra jantar com a gente… Vai se anima, não pensa muito nisso não!
— Você fala como se fosse fácil… Marie não foi sua mãe que morreu no parto.. — Marie me encara.
— Foi a minha única irmã Any Gabrielly, e eu entendo sua dor, tudo bem… Espero que um dia você possa superar isso! – Ela faz uma pausa. — Se você quiser nós iremos jantar no Boulevard hoje a noite! — Limpo a lágrima que caía sobre minha bochecha, e me deito novamente na cama.
— Apague a Luz Marie, por favor!
Assim que tudo escurece, eu consigo novamente sentir o frio do ar-condicionado e o aconchego de uma coberta, eu continuo chorando baixinho, e tentando esconder do mundo, a Any fraca. Acabo caindo no sono, e acordo morrendo de fome.
