Capítulo XI

2.7K 376 60
                                    

 Assim que terminaram a deliciosa refeição, Kara beijou o rosto de Lena e se levantou.

— Tenho de me preparar para a competição. Espero ouvi-la torcendo por mim, lírio.

 Lena respirou fundo. Não deveria sentir nada por Kara. Não era certo gostar tanto de seus beijos e suas carícias. Mas gostava. Muito.

 Ao erguer os olhos, deparou com Eve, que se aproximava. A prima se acomodou ao seu lado.

— Apreciando os festejos, querida?

— É tudo tão maravilhoso! Oh, Lena, por que não me avisou a respeito dos homens daqui? Um é mais bonito que o outro! Não sei qual escolher.

— Cuidado, Eve. Eles são guerreiros, portanto, sempre prontos para as batalhas e descuidados com o coração de uma mulher.

 De repente, Lena se sentiu mal, com um peso no estômago. Como faria o que seu irmão lhe ordenara? Não queria trair a esposa.

— Você e Kara irão para Veneza para visitar Brainy Danvers? — Eve quis saber.

 Lena ficou confusa.

— Creio que sim, mas Kara nunca fala sobre Brainy. Ela é mais próxima de Winslow, o irmão de Brainy.

— Seria possível para Kara passar um tempo com Winslow sem ver Brainy, se ela assim quisesse. Veneza é tão grande!

— O quê? — Lena se alarmou. — O que diz?

— As notícias sobre o exílio de Brainy Danvers em Veneza correram rápido, mas a chegada de Winslow nunca foi mencionada. Porém, por acaso eu vi Brainy e Winslow em um jardim.

— Quem mais sabe que o antigo grão-mestre se encontra em Veneza?

— Não ouvi  comentário algum. A presença dele lá é envolta em mistério.

— Eve, prometa-me que nunca falará sobre isso com ninguém, nem mesmo com seus pais.

 A hesitação da prima preocupou Lena.

 Após um breve silêncio, entretanto, Eve concordou:

— Sim, prima. Eu prometo.

 Kara vestia tão-só uma roupa de couro. O torneio era apenas uma diversão, assim não havia necessidade de usar armadura. O fato de atingir o ombro ou o braço do adversário era considerado como um golpe mortal.

 Olhou para a mulher que lhe tirava a tranquilidade. Jurara nunca se apaixonar, mas Lena era linda demais, apesar de cabeça-dura. Que Deus a ajudasse. Não sabia como agir, e não confiava em si mesma.

 Clark, que seguia Kara, perguntou:

— Sabe quem é aquela criatura espetacular? — E indicou a arquibancada.

— Sim, é minha esposa. — Kara esperava por mais uma piada do primo.

— Tola! Refiro-me à outra, sentada junto de Lena.

— É Eve Teschmacher, prima de minha mulher. Ela só tem dezessete anos, Clark. Lena ficará brava se você brincar com a moça.

— Fala como uma verdadeira esposa! — Clark sorriu. Um silêncio caiu sobre eles, e após algum tempo, Clark disse: — Sua esposa mentiu para você, prima. Não foi o cachorro que a fez fugir do jardim.

 Kara ficou tensa. Uma lança no coração a faria sentir menos dor do que os pensamentos que assomaram a sua mente. Mas consegui se controlar.

— Barry encontrou pegadas de botas masculinas perto dos ciprestes. Ele seguiu as pegadas até as vinhas e até a colina, onde brincávamos quando crianças.

O Lírio e o Falcão (Karlena) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora