Capítulo XII

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— Por favor, não permita que as pessoas nos sigam até o quarto — Lena implorou, tentando quebrar a tradição.

— Pretende privar nossos convidados daquilo a que eles têm direito? — Kara mexeu o ombro, para ajeitá-la melhor. — Você se preocupa por nada. Eles apenas querem ver as noivas perto do leito nupcial. Não estarão presentes quando eu aceitar seu precioso presente.

— Não estou lhe oferecendo nada. É direito de minha esposa tomar sem pedir.

 Lena não queria ouvir o povo entoando a canção que lembrava as noivas sua missão de produzir uma grande quantidade de herdeiros.

— Santa Maria... — murmurou, querendo tapar os ouvidos com as mãos.

— Quer dizer que lutará comigo?

— Estou dizendo que tomará o que deseja, Kara, mas não me darei a você de coração.

 Na entrada do palácio, Kara parou.

— Se eu pudesse, convidaria todos os presentes, mas restringi a entrada a padre Bernardi e nossos parentes mais próximos.

 Lena suspirou.

 Kara abriu a porta e entrou, sempre carregando Lena.

 Se não tivesse tão petrificada, ela teria notado o piso de mármore, os finos tapetes e as pinturas que decoravam o luxuoso hall.

 Na escada, Kara parou e olhou para a morena, dando-lhe a oportunidade de se negar a adentrar o quarto. Mas Lena nunca humilharia seu pai rejeitando a esposa na frente de todos. Assim, Kara aceitou o silêncio dela como uma aprovação e começou a subir os degraus.

— Confie em mim, querida. Está se preocupando por nada. Não a machucarei, acredite.

 A voz soava terna, mas Lena não confiava nela. Talvez a união entre uma Danvers e uma Luthor tivesse sido realizada com boas intenções, mas só o tempo revelaria a verdade daquele matrimônio.

 A porta dos aposentos estava entreaberta. Kara a escancarou com a ponta da bota, e todos entraram.

 Lena olhou ao redor. Havia várias cômodas, duas poltronas na frente de uma lareira e um baú aos pés da cama.

— Meu Deus! — ela sussurrou, ao ver o enorme leito de casal.

 Era de carvalho e tinha quatro colunas que prendiam cortinas de veludo. E enorme. Sobre o lençol de linho branco, muitas pétalas de rosa.

 Ambas as famílias estavam presentes, mas Lena mal notou, pois não conseguia afastar o olhar da monstruosa cama, que parecia um altar, com candelabros na cabeceira. Também havia castiçais em cada cômoda e sobre a enorme lareira de pedra. Lena começou a se desesperar.

 Vendo a expressão da noiva, Kara disse em seu ouvido:

— Logo eu a deitarei ali e a farei sentir o que nunca imaginou.

— Por favor, ponha-me no chão.

 A loira atendeu ao pedido:

 O padre Bernardi fez um sinal para que as noivas se ajoelhassem na frente dele. Lembrando-as do dever que tinham para com suas famílias, abençoou as duas e rezou perto do leito nupcial, pedindo prosperidade e fertilidade.

 Kara sorriu para Lena, que enrubesceu. Ao se levantar, a loira estendeu a mão para ajudá-la a ficar de pé.

— Bem, todos vocês desejam testemunhar...

O Lírio e o Falcão (Karlena) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora