Capítulo II

3.4K 435 88
                                    


  Sinos imponentes soavam acima do vozerio dos mascates nas ruas do centro de Florença.

  Acompanhada pelo primo Clark Kent, Kara cavalgava Máximus, seu grande cavalo branco.

  —O Parlamento foi suspenso  — Clark informou.

  Um comitê de emergência ia determinar o destino de Winslow.

  Kara sabia que Jimmy Luthor e seus seguidores estavam infiltrados no comitê, e ele tinha de se certificar de que os Danvers também seriam representados por um número equilibrado. Infelizmente, o atual comitê favorecia os Luthors.

—Estamos nos aproximando de seu distrito comercial, Kara.

  Kara olhou para o primo. Desde que viera morar com os Danvers, depois da morte dos pais, aos seis anos de idade, Clark era leal aos Danvers e cuidava da herança dos Kent. Alguns diziam que Clark era gentil de mais. As mulheres, Kara sabia, adoravam o cavalheirismo dele.

—Seu coração sabe o que está prestes a fazer?

—Não tenho coração, Clark.

  Ele achou graça, e Kara arqueou uma sobrancelha.

—Estou apenas repetindo o que você e Mike repetem para mim todos os dias.

—É uma observação injusta?

—Não, mas poderiam repeti-la apenas uma vez por semana.

—Como explicar o ultimato a Lionel Luthor?

—Não preciso explicar nada. Lionel deve impostos há muito tempo. Tudo o que farei é alertá-lo de que sua padaria logo será confiscada e sua família terá de morar nas ruas.

—Com a prisão de Winslow, você deveria ter cuidado para não enfurecer os Luthors.

—Acha que me importo com a ira dos Luthors?

  Clark arregalou os olhos.

—Kara, que enfermidade à acometeu?

  Kara exalou um longo suspiro.

—Winslow é minha doença. Ele está me forçando a arranjar uma esposa.

—Ah, sei...

—Sim, é verdade. Dessa vez não se trata de gracejo dele.

—Não se deixe enganar por minha aparente alegria. Eu, mais do que ninguém, entendo sua hesitação. Mas não pode permitir que o passado tire de você a chance de ter o amor de uma mulher, e filhos para continuara o nome da família.

—De fato. Mas as memórias me aprisionam. 

—E quanto á bela morena que conheceu duas noites atrás?

—Não sei nada sobre ela. Além do mais, ia assassinar Winslow. Em sã consciência, eu não poderia me casar com a moça mesmo que a encontrasse de novo.

—Ela tomou conta de sua cabeça e de seu coração desde que a viu.

—Entende agora por que não lhe conto meus segredos  — Kara o encarou com severidade.

— Conheço você. Portanto, nem é preciso que me conte nada. Além do mais, aquela mulher parece agradável, e seu casamento com ela seria muito bom para mim e para minhas terras.

—Refere-se aquele juramento que fizemos quando meninos? Não posso honrar os desejos de Winslow.

—Veremos.

Kara sorriu.


—Preciso falar com você, Lena  — disse Lionel Luthor, ao subir da adega para a padaria.

O Lírio e o Falcão (Karlena) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora