Capítulo XVII

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Avisos

- O capítulo a seguir contém cenas de violência.

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 Feliz, Lena desceu a escada, a túnica amarela refletindo a alegria que trazia no coração, que ela julgava proveniente da decisão de dar a Kara a chance que ela merecia para se tornar uma boa esposa. Era como se uma parte inteira de sua alma se abrisse; uma parte que, ousava admitir, era repleta de amor.

 Atravessou o vestíbulo de mármore em direção a sal sala de jantar, e ao chegar perto logo ouviu:

— Não quero discutir, Clark — Kara dizia.

 Lena se encostou na parede, esperando que nenhum dos criados a surpreendesse naquele comportamento vergonhoso.

— Algo deve ser feito, prima.

— Sim — Barry e Mike concordaram ao mesmo tempo.

— Chega! — Kara exclamou, com severidade. — Decidirei isso mais tarde. Não estraguem meu bom humor.

— Por hoje, deixaremos como está — Clark cedeu. — Temo que você não possa tomar uma decisão que tenha a ver com a morte. Infelizmente, encontrou uma mulher que...

— Bom dia — Lena os cumprimentou, sorridente, entrando no cômodo com seu modo de caminhar suave e elegante, sem demonstrar que ouvira parte da conversa. 

 Sentando-se à esquerda de Kara, a morena sorriu para os demais.

— Você parece radiante, esta manhã — Clark a elogiou.

— Como em todas as outras — Kara murmurou.

— Ah, prima, estou apenas cumprimentando sua esposa, não convidando-a para ser  minha amante.

— Eu sei.

— Preciso pedir-lhe um favor, Kara. — Lena sorriu para a esposa. — Pode ir comigo á adega para escolher um vinho para o jantar?

 Ela não entendeu a expressão perturbada da esposa. E teria perguntado o motivo, se Mike não tivesse se levantado, puxando Barry pela manga.

— Com licença, senhora. Temos de sair.

 Clark também se pôs de pé, constrangido, o que levou Lena pensar ter dito algo impróprio.

— É uma pena, mas também preciso ir. Hoje decidirei que parte das terras do Palácio Kent quero para mim.

— Espere por mim lá fora, Clark.

 O primo assentiu e se foi.

 Virando-se para Lena, Kara prendeu os cabelos dela atrás da orelha, mas eles retornaram à posição inicial.

— Seus cabelos são tão rebeldes quanto você.

— Tenho de discordar, milady. Não sou rebelde.

 A loira continuou sorrindo, e a morena levou a mão da esposa ao colo, rodando o anel de casamento no dedo dele.

— Gostaria de lhe pedir algo. Poderíamos embalar nossa refeição e ir para o alto da colina que se abre para o Palácio Kent?

 Ao se levantar, Kara a ergueu consigo e a abraçou.

— Se é isso que quer, meu lírio... Mas primeiro espere até que eu termine um assunto com Clark. Então iremos à adega, e depois subiremos para vestir roupas mais adequadas.

O Lírio e o Falcão (Karlena) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora