Capítulo X

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 Largas fitas de seda e guirlandas de flores coloridas enfeitavam as estreitas ruas por onde a noiva ia passar. Bandeiras com as cores dos Danvers e dos Luthors tremulavam presas nos postes de iluminação e nas lojas de propriedade das duas famílias. Era tudo muito lindo, embora o sol não brilhasse naquele dia de outono.

 Lena vinha no começo do cortejo em direção à igreja de Santa Cruz, seguida pelos músicos, que tocavam flautas e címbalos.

 Um cavalo puxava a carruagem, e Lena tinha de manter os pés firmes para não perder o equilíbrio. Seus cabelos estavam soltos, símbolo de sua virgindade, os fios negros na altura dos quadris. Ela usava uma coroa de flores de laranjeira, um véu cobria-lhe o rosto, escondendo sua expressão apreensiva.

 A pé, vinham Lionel, Colin e o restante da família, que chegara de Perúgia, Veneza e Roma. 

 A mãe e a irmã de Kara desfilavam em uma carruagem aberta e decorada, e marcada com o brasão dos Danvers e da própria Kara. Em seguida, os soldados do exército do Palácio Kent e dos Danvers, montando animais magnificamente vestidos.

 Ao lado de Clark e Mike, Kara, imponente e bela como uma deusa, se destacava. Lena não podia negar: sua noiva era a mulher mais bonita de Florença. Trajava uma rica túnica azul, bordada a ouro, e um casaco arrematado com arminho. No ombro esquerdo, o brasão dos  Danvers.

 Barry, fechando o cortejo, liderava uma tropa de homens a cavalo, vestindo a roupa do exército dos Danvers nas cores ouro, vermelho e branco. Mais uma vez Lena olhou para sua noiva.

— Sua noiva é uma deusa — Clark comentou, sorrindo.

— Sim, é — Kara também sorriu.

 Todos os guardas e criados do Palácio Kent, enfileirados, vieram receber Kara e Lena.

 Um cavalariço, atendendo ao chamado da lady, levou Máximus a estrebaria.

— É muito lindo aqui — Lena não conseguiu deixar de dizer, olhando ao redor, vendo a magnifica propriedade.

— De fato. Mas terá todo o tempo do mundo para conhecer cada canto. Neste momento, quero que veja algo que é muito importante para mim.

 Kara, tomou-lhe a mão, a levou a uma área atrás do palácio cercada por altos ciprestes, plantados bem juntos uns dos outros de modo a formar um muro protetor com apenas uma estreita passagem. As duas a atravessaram, e Lena deparou com uma piscina cercada por grama e vários bancos de pedra e belas estátuas. Embora o ar estivesse frio, a água parecia convidativa e tranquila.

 Uma pequena fonte jogava o líquido transparente da piscina, sem cessar, por um sistema que Lena não consegui entender.

Lena experimentou um sentimento de familiaridade e se lembrou do dia em que Kara a levara a Oltrarmo. O local que ela tanto admira pertencia a sua esposa.

 Lena a encarou.

— Você compreendeu, minha esposa, isto tudo é meu, mas eu não quis lhe contar aquele dia para não parecer exibida. Tenho orgulho de minhas terras, mas não gosto de propalar minha fortuna. Estamos em meu jardim privado. Ou em minha sala de banho, se preferir.

— A senhorita se banha aqui?

— Já devia ter parado de me tratar com essa distância. Nada mais de " senhorita". Sou sua esposa, agora.

— Muito bem. Você vem tomar banho nesta piscina?

— Sim. É particular. Não é permitida a entrada de ninguém, e o lugar é bem protegido pelos ciprestes, como pode ver. — Ela indicou o palácio. — Apenas meus aposentos se abrem nesta direção.

O Lírio e o Falcão (Karlena) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora