Capítulo IX

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Avisos:

- O capítulo a seguir contém cenas de violência!!

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 Ali estava ela: alta, loira e lindíssima com a túnica preta de veludo.

 Kara a estreitava contra si. A potência de sua ereção fazia com que cada terminação nervosa de Lena se pusesse em alerta. Um dos braços dela a sustentava, circundando lhe a cintura, e a mão acariciava os cabelos negros. Seus lábios a procuravam com paixão incontida, e os joelhos de Lena fraquejavam.

 O beijo se tornava cada vez mais exigente, e Lena sentia um desejo avassalador de se entregar a Kara, que acariciava sua coxa sob as saias, tocando-a com intimidade.

 Então, com um sobressalto,  Lena se endireitou e olhou ao redor, à procura de Kara. A cozinha estava quieta e vazia, e ela se deu conta que havia adormecido com a cabeça apoiada na mesa. Kara a seduzira em sonho.

 Pondo-se de pé, Lena correu a cumprir seu serviço, aborrecida por ter deixado que Kara ocupasse sua mente daquela maneira.

 Encheu vários jarros com vinho e subiu a escada que levava ao salão da padaria. Um arrepio de excitação percorreu-lhe a espinha. A família Teschmacher, parentes de sua mãe, estavam para chegar de Veneza. Lena não os via desde o funeral da mãe, três anos atrás.

 Certificou-se de que tudo estava em ordem para o banquete, e ia já se retirar quando um ruído chamou-lhe atenção. Talvez tivesse deixado a porta da frente aberta.

 De súbito, Lena foi agarrada e teve a boca tapada por uma certa mão suja e malcheirosa. A pessoa a atirou contra a porta, e ela machucou as costas ao bater no trinco. Mas nem se importou com a dor, de tão aterrorizada que ficou.

— Sentiu minha falta? — Lex murmurou.— Pobre irmãzinha, eu a feri? Fale, Lena, onde está Winslow? Diga a verdade. Do contrário vou machucá-la tanto que você irá implorar para que a mate.

 Lena gemeu, e Lex afastou a mão sobre seus lábios, para que pudesse responder-lhe:

— Kara não me disse.

— Mentirosa! Ela enfia a língua na sua boca e acaricia seu corpo para que você não possa pensar!

— Não, Lex. Não...

— Silêncio! — Ergueu o punho fechado em direção ao rosto dela, que arregalou os olhos. Lex enfiou os dedos nos cabelos de Lena e puxou a cabeça dela para trás. — Eu poderia matá-la com tanta facilidade...

— Lex, sei que quer descobrir o paradeiro de Winslow, mas Kara revelará o lugar a ninguém.

— Nesse caso, você terá de persuadi-la. Vamos lírio. — Sorriu diante da reação da irmã. — Basta que abra as pernas e deixe que ela faça o que quiser, e Kara responderá a qualquer pergunta sua. — Lex apertava o pescoço de Lena, sem piedade. — Na noite do casamento ela terá bebido muito vinho. Obtenha a informação antes que seja tarde.

— Lex... — Lena balbuciou, tentando respirar. — Eu tentarei, embora não possa prometer que vá conseguir.

 O irmão a empurrou, fazendo-a cair com o rosto contra o chão.

— Consiga o que eu quero ou irá se arrepender!


 Lena tinha a face esquerda escurecida e um ferimento acima da sobrancelha. Mas o que mais a entristecia era ter sido vítima de seu próprio irmão. Graças a Deus não havia nenhum corte.

O Lírio e o Falcão (Karlena) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora