Capítulo XXXII

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 No final do verão, depois que mercenários milaneses derrotaram as tropas de Florença em Ímola, em uma guerra instigada por Jimmy, os sentimentos dos cidadãos de Florença tiveram uma grande mudança em relação aos Luthors. As últimas eleições do Parlamento deram a maioria aos Danvers.

 O novo Parlamento convocou Jimmy, que, em resposta, enviou seus quinhentos soldados para ocupar a Igreja de San Pier Scherragio, atrás do Palácio do Governo. Ele ordenou que os portões da cidade fossem fechados e que se queimassem muitas casas dos Danvers e principais partidários. Mas Jimmy não contava com o poder financeiro de Kara.

 Os subornos encheram os bolsos dos guardas locais, que abriram os portões e permitiram a entrada do exército dos Danvers. Junto com a força armada de duzentos homens, Kara arregimentou mais seiscentos. Quando as tropas de Jimmy começaram a abandoná-lo, o Luthor  não teve escolha a não ser se render.

 Não muito tempo depois, o banimento de Winslow foi revogado. Barry e cem guardas dos Danvers foram despachados para Veneza para escoltar o grão-mestre até sua casa, em Florença.


 Na praça, montada em Máximus, Kara era ladeado por Barry e Clark. Quando as sentenças contra os Luthors foram lidas, os cidadãos comemoraram. Para alívio de Kara, o clamor das massas não se tornou violento. Jimmy, seus filhos e descendentes foram banidos, com exceção dos poucos que não tinham apoiado a família Luthor.

— Decepcionada por não ter podido estar com mestre Winslow na chegada dele, Kah?

—  Estou, Clark, mas, com  Lena às vésperas de dar à luz, Winslow entenderá. —  Kara fez Máximus se afastar da praça.

 Nesse momento, como um raio, surgiu Jack galopando em seu cavalo.

— Lady Kara, venha rápido! A hora chegou!


 Máximus ainda não havia parado quando Kara saltou de cima dele e correu em disparada pelo palácio.

 Entrou no momento em que um grito ecoou no grande corredor. Atravessou-o e parou perto da escada, apavorada.

 Clark apertou o ombro da prima.

—  Ela ficará bem, kah.

 Angustiada, Kara o encarou.

—  Se eu pudesse, sentiria as dores no lugar dela.

—  Mas não pode. Portanto, seja paciente. Talvez se andasse um pouco...

—  Do que adiantaria?

 Outro grito se ouviu, e Kara se rendeu, passando a andar de um lado para o outro.

 Pouco depois, subiu os degraus de três em três e parou à soleira do quarto.

—  Você está indo bem, Lena —  Elisa dizia. —  Um pouco mais de força.

 Lena berrou mais uma vez.

 Depois, alguns minutos de calma, até um novo berro ecoar.

—  Céus!—  Kara engoliu seco, e seus olhos ficaram marejados de lágrimas ao escutar o choro forte do bebê.

 Encostou-se na parede até que a porta se abriu e Elisa apareceu. E não ficou surpresa ao ver o estado da filha: pálida e assustada.

—  Lena está bem. Vá ver sua mulher e sua filha.

—  Filha?!

 Kara entrou correndo e foi até a cama.

—  Ela está exausta —  Eve sussurrou-lhe, antes de  se retirar.

 Kara fitava a esposa, que tinha um pacotinho embrulhado em finos linhos de encontro ao peito. Olhou para o bebê, incapaz de se decidir se a garotinha se parecia com alguma coisa além de uma das bonecas que ela brincara na infância. Beijou a testa de Lena.

—  Ela tem olhos azuis. —  Lena sorriu

— Como eu...

—  Os cabelos são pretos.

 Isso fez com que Kara desse um largo sorriso.

—  Está feliz, querida?

—  Nunca fui tão feliz em minha vida. —  A loira pegou o bebê, sentindo-se estranha ao segurar um ser tão pequeno.

—  Apoie o pescoço dela, Kara.

 Kara descobriu a menina, para vê-la melhor.

—  Acho que ela tem o seu nariz. E seu queixo. —  Ela devolveu o nenê para a morena. —  Eu amos vocês.

—  Também te amamos, querida.

 Fascinada, Kara pôs o dedo na pequena palma da mão de sua filhinha.

— Como irá se chamar? —  Lena perguntou.

 Um grande sorriso iluminou o rosto e os olhos azuis de Kara?

—  Lily.

—  É um nome lindo querida, gostaria que ela tivesse o nome de sua irmã também?

—  Sério? Mesmo depois de tudo que ela à fez passar?

—  Claro que sim  — sorriu para esposa. — Alex só fez aquelas coisas por medo de te perder.

— Já que é assim...—  Kara tocou a testa da criança com a ponta do indicar. —  Bem-vinda ao mundo Lily Alexandra Danvers Luthor. 


Notas do autor

 Pois é galera chegamos no fim dessa fic, espero que tenham gostado. 

Quero agradecer a todos que acompanharam e interagiram.

Até a próxima! Beijinhos ;)

O Lírio e o Falcão (Karlena) G!POnde histórias criam vida. Descubra agora