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Último ano... último ano que irei sair às escondidas para ir a torre de astronomia, ou a cozinha para pedir comida elfos, ou de resmungar todas as manhãs por ter que ir para as aulas, último ano que irei comer aquela comida perfeita que é a de Hogwarts, de simplesmente ignorar as músicas do chapéu seletor, das detenções quase toda semana, de aguardar ansiosamente para as idas à Hogsmead... último ano.
A cada dia que passava, o medo aumentava dentro de qualquer pessoa que não fosse aliada a Voldemort, que fosse mestiço ou nascido trouxa. Medo de chegar do trabalho e ver a marca negra em cima de sua casa, medo de não saber se amanhã seus filhos, marido, esposa, mãe, pai, amigos e principalmente você... estarão vivos.
Essa era a guerra... é desesperador. Não sabemos quando e nem como esse pesadelo irá acabar... é desesperador. Tantas famílias destruídas, tantas tragédias, tantas perdas... virou o comum, era o novo normal. Você acordar de manhã, pegar o profeta diário e ver que novamente há corpos encontrados, lojas sendo arrombadas, o ministério cada vez mais fraco... era o novo normal. Se você pensar em sair para um simples passeio, você poderá ser atacado e não conseguir voltar para casa... era o novo normal.
Minha meta após acabar Hogwarts, era virar auror. Tanto a minha como a de Lily, James e Sirius. Queríamos lutar. Eu e Lily queríamos usar nosso poder para o bem... para derrotar Voldemort e seus comensais.
[...]
Essas férias foram as mais quietas possíveis. Com tudo que estava acontecendo tínhamos medo de sair para encontrar nossos amigos em lugares públicos, era sempre na casa de alguém. Mandava carta Regulus e Noah sempre que podia. Segundo Noah, os pais de David se mudaram, era perceptível como ele sentia falta de David... Regulus por outro lado, não respondia minhas cartas. Não arriscaria ir em sua casa, já que seus pais eram os que Sirius já falara tão mal, ainda mais por que na visão deles, eu era uma sangue-ruim. Babacas.
[...]
10/08/1977, Londres
Faltava algumas semanas para voltarmos à Hogwarts. Não sei explicar, mas estava com um péssimo pressentimento sobre esse ano. Pesadelos faziam questão de ficar comigo durante a maioria de minhas noites.
Esse com certeza, seria o ano mais tenso para todos nós, iríamos prestar o N.I.E.M.s no final do ano letivo. E como quero virar auror, minhas notas precisam ser boas.
James e Lily finalmente começaram a namorar, nunca os vi tão felizes. Já eu e Sirius não sei o que tínhamos. Ele nunca me pediu em namoro oficialmente, mas também nos tratamos como se estivéssemos em um relacionamento sério. Anel era só um objeto, o que importa é o que sentimos um pelo outro, e eu não podia ter mais certeza que o amava.
Com essa guerra, o sentimento de medo aflorava a cada minuto, o medo de perder novamente quem eu amo invadia meus pensamentos, me provocando desespero. Não conseguiria me ver vivendo sem Lily, ou Sirius, ou qualquer um de nossos amigo. Já bastava David, não queria sentir aquele sentimento de luto por pessoas tão jovens nem tão cedo.
Agosto sempre foi um dos meu meses favoritos, os dias amanheciam ensolarados e as vezes caia uma chuvinha. Eu e Sirius combinamos de nos encontrar no local que nos beijamos pela primeira vez.
[...]
—Filha! Sirius chegou! —Gritou minha mãe. Desci as escadas e vi Sirius conversando com meus pais, era tão bonitinho ver como eles gostavam de Sirius. —Vamos? —Dei um selinho rápido —Vamos! Até mais Sr. e Sra. Evans —Saímos de casa e vi uma moto, diferente —O que achou? —Ele apontou para a moto —Que linda! Quando você comprou? —Semana passada, ela é enfeitiçada —Meus olhos brilharam —O que ela faz? —Perguntei empolgada —Voa —Ele beijou minha bochecha e subiu na moto. Me sentei na segunda parte da moto. Ele deu partida nela, era incrível.
[...]
Chegamos no mesmo morro, de dia era lindo. Por causa da estação, estava cheia de flores diversas. O aroma entrava pelas minhas narinas, como na última vez, Sirius conjurou um piquenique. Conversamos por muito tempo, comíamos todos os aperitivos que tinham disponíveis. No momento, eu estava deitada em seu colo, observando a vista.
—Eu te trouxe aqui por que eu queria fazer algo... —Ele parou de alisar meus cabelos, me levantei e fiquei em sua frente —E para que seria? —Estava curiosa
—Já faz bastante tempo que começamos a nos relacionar... —Ele parecia nervoso —E você sabe que você é a mulher que eu mais amo em toda minha vida, e que quando eu falei que queria passar o resto da minha vida com você, eu não estava blefando —Seus dedos passavam pelos fios de meu cabelo, a cada palavra que ele dizia, podia sentir borboletas em meu estômago e minhas bochechas queimarem minha pele
—Eu sei que pode ser cedo, você tem todo direito de recusar, seria obviamente quando terminarmos Hogwarts. Mas já somos maiores de idade, estamos em uma guerra... e eu não queria perder mais tempo. —Ele tirou uma caixinha de veludo de sua jaqueta. Meu coração disparou, minhas mãos começaram a suar, ele realmente iria fazer o que eu estava pensando?
—Alice Evans, você aceita passar o resto de sua vida casada com esse cachorrão e se tornar uma Black? —Ele riu. Abriu a caixinha, tinha uma anel lindo. Minha cabeça parou por um segundo. Agora, o homem que eu amo, estava pedindo para se casar comigo. Olhei no fundo de seus olhos acinzentados. —Não sei por que você ainda pergunta —Ele sorriu aliviado, eu me sentei em seu colo, cruzando meus braços em volta de seu pescoço —Um milhão de vezes SIM! SIM! SIM! SIM —A cada sim que dizia, eu dava um selinho. Ele segurou minha cintura e me puxou para um beijo apaixonado. Eu iria me casar, eu seria futuramente uma Black.
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