𝐓𝐇𝐄 𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑 𝐄𝐕𝐀𝐍𝐒 彡 Sirius Black

𝟑𝟔. 𝐋𝐢𝐚'𝐬 𝐭𝐫𝐮𝐭𝐡

A VERDADE DE LIA
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03/09/1978, Londres bruxa

Acordei atordoada. A cena daquele homem sendo morto por mim, permanecia em meus sonhos e pensamentos constantemente. Como era fácil, como era fácil matar uma pessoa inocente, como era horrível, não da nem chance da pessoa se defender, eu estava me sentindo péssima. Mas, infelizmente fazia parte dessa jornada. Após mais um dia trabalhando no ministério, voltei para o meu apartamento para me arrumar para meu encontro com Lia e de lá eu iria para essa reunião com o Lorde.

Permaneci nos tons escuros em minhas roupas. Coloquei uma calça pantalona escura, coloquei um suéter azul marinho e um sobretudo preto e nos pés um salto. Passei uma maquiagem leve e deixei meus cabelos soltos, então aparatei. Quando cheguei nos três vassouras, bateu uma nostalgia em mim, me lembrei de todos os momentos que presenciei com meus amigos, saí dos meus pensamentos e vi Lia em uma mesa nos fundos.

—Oi Lia. —Me sentei em sua frente.
—Oi Lice... estou feliz que veio —Ela sorriu. Seu sorriso... sempre o elogiei, sempre mostrava uma alegria quando éramos mais jovens, já agora ele era diferente.

—Então... —Lancei um feitiço silencioso em volta de nós —Agora pode falar
—Bom, eu não sei bem por onde começar —Sua voz começou a ficar chorosa

—Talvez pelo momento que você nos afastou de você, quando começou a namorar Dolohov, quando nem se quer apareceu no velório e enterro de David —Meu tom de voz começou a aumentar e meu sangue a ferver de raiva

—Lice... não foi fácil para mim. Eu não tive escolha, eu... eu fui fraca. Admito. Fui fraca, meus pais arranjaram esse namoro com Dolohov, ele parecia ser incrível na época... ainda é, mas não sabia que isso era só um caminho para me tornar aliada ao Lorde... eu não sabia. —Lágrimas saíam do seu rosto —Aquelas viagens dos meus pais... tinha a ver com isso. Eu não sabia, eu tentei resistir de início quando eles mandaram eu me afastar de vocês. Mas eles ameaçaram me deserdar... e eu não tinha para onde ir, Lice.

—Lia... eu... desculpe. Eu não sabia
—Tudo bem... não tinha como você adivinhar nada. Eu estava com medo, por isso nunca quis que vocês conhecessem meus pais... eles nunca simpatizaram com mestiços e nascidos trouxas, mas não sabia que era ao ponto de virarem comensais

—Eu não sei o que falar Lia, de verdade... a gente sofreu com seu afastamento. Gosto nem de pensar como Noah ficou depois que ficou só Regulus.

—Eu pensei em falar com vocês... principalmente depois que você foi, me doía ver como Lily, Noah e Regulus ficaram, mas tinham pessoas de olho em Hogwarts, não pude arriscar. Por isso tive que ficar sempre com Dolohov. Pelo menos ele me fez bem, ele sabe tudo que aconteceu... mas continua não gostando de vocês. —Rimos fraco —Eu espero apenas que você me perdoe... eu sei o que fiz foi ruim, mas precisava explicar o motivo. Eu entendo se você ainda queira manter distância

—Não Lia... já passamos muito tempo distantes —Ela sorriu e se levantou
—Eu estava com saudades... muita —Ela me abraçou forte. As lágrimas que desciam do meu rosto eram involuntárias —Quando rolaram as conversas que você foi transferida foi muito dificil... não sabia o motivo. Ninguém sabia. —Meus pelos arrepiaram só de lembrar

—Foi complicado...
—Lice, eu sei que tem algo por trás, todos os mais novos estão desconfiados. Mas não são nem loucos de te atacar ou duvidar de você na frente do Lorde.
—Eu imagino

—Eu sei que pode ser difícil... mas pode confiar em mim. Minha vida e a de Regulus está pior, você sabe. Nenhum de nós queria isso, mas não temos o que fazer. Você é a única salvação. —Meus olhos arregalaram com essa revelação

—Lia... eu... eu não sei. —Ela sorriu e deu um gole na cerveja
—Tudo bem Lice... mas saiba que eu confio em você. Esses tempos que estamos vivendo é bem complicado, principalmente para nós. Eu sei que está difícil para você... ficar longe de Lily e Sirius —Meus olhos arderam —Mas no final espero que dê tudo certo.

—Você sabe onde Noah foi depois de Hogwarts?
—Pelo que escutei falarem, ele e os pais se midaram de Londres por um tempo indeterminado.

[...]

03/09/1978, Mansão dos Carrow

Após conversarmos mais sobre os tempos de Hogwarts, fui para a reunião. Não vou mentir, eu estava bem nervosa, mas não podia deixar transparecer. Chegando na mesma mansão dos Carrow, os comensais de guarda enrijeceram quando passei pela entrada, apenas fazendo uma leve reverência. Segui o mesmo caminho do dia anterior, quando entrei na mesma sala, havia bem menos gente do que a última reunião.

—Estávamos a sua espera minha filha —Ok, eu acho que nunca iria me acostumar com isso.

—Então, aqui estou —Os outros presentes assetiram a cabeça em forma de comprimento. Me sentei na longa mesa que possuía na sala, para minha sorte fiquei ao lado de Walburga, a mesma me deu um sorriso, eu apenas tentei forçar um de volta.

A medida que a reunião rolava, eu ficava com um nó no estômago. Eles eram cruéis, mais do que podia imaginar. Após algumas horas, o fim da reunião chegou. Alguns comensais saíram, deixando apenas eu e o lorde.

—Queria conversar à sós com você, minha filha —Ele se aproximou mais —Sobre seu treinamento... que você procura —Olhei em seus olhos. Realmente, eram iguais aos meus. —Mas antes queria saber se tem algo para mim, alguma informação —Eu enrijeci a coluna. Lembrei das informações que o ministro juntamente com Dumbledore permitiu passar... incluindo o livro. Ele era o principal

—Tenho sim. —Conjurei o livro em minhas mãos. A expressão de Voldemort era confusa —Esse livro é de meu avô. Somente eu posso abri-lo ou ler o que possui nele. —Dei uma pausa. Voldemort olhava atentamente o livro —Nele possui um endereço... e pretendo ir o quanto antes a ele.

—Onde da o endereço? —Conjurei o papel escrito com endereço

—Eu não sei. Apenas diz isso —Ele pegou o papel das minhas mãos —Rua Andery Street do povoado de Partick, Escócia —Ele analisava o papel, como se tivesse milhares de outras informações. Certeza que ele estava arquitetando algo —Você ira à esse endereço —Disse firme

—Sim. Não sei o que há nesse lugar, mas pode ter algo que ajude. Algo que aumente minha magia —Um sorriso sombrio aparecia em seu rosto —Irei mandar reforços para ir com você até esse lugar, para não correr nenhum risco. —Apenas concordei com a cabeça e fui embora. Iria comunicar ao ministro e Dumbledore o que iria fazer o quanto antes