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02/09/1978, Mansão dos Carrow
—E qual seria o teste?
—Matar uma pessoa. —Meu sangue congelou. —Presumo que já saiba exatamente como se faz. Como disse, Karkaroff falou muito bem de você. —Ele parou por um instante, me olhava atentamente. Não desviei meu olhar por um segundo, não deixe transparecer o medo que estava sentindo. Matar uma pessoa, eu nunca fiz isso, nunca pensei que iria fazer isso tão cedo.
—Certo. Que seja, vamos acabar logo com isso. —Disse firme e fria. Ele acenou para dois comensais, eles voltaram minutos depois com um homem. Ele estava todo sujo, aparência horrível. —Esse homem, é apenas mais um bruxo estúpido que tentou nos atacar recentemente. —Risos saíam dos comensais presentes —Apenas precisa matá-lo. —Olhava para o homem, eu podia ver o pavor e terror em seus olhos. Ele não tinha força nem para pedir por misericórdia. O quanto mais rápido fosse, melhor seria. Sabia que aquilo ficaria em minha mente por dias, meses talvez. Peguei minha varinha e lancei a maldição da morte naquele inocente. O corpo caía duro no piso, rápido e fácil. Era fácil matar uma pessoa dessa forma, segundos depois os comensais levaram embora aquele corpo, minha cabeça latejava, me senti mal, mas era um mal necessário, infelizmente. Meu corpo parecia estranho, olhei em direção à Voldemort. Tanto suas feições como as dos outros comensais era de confusão, não sabia o motivo até um deles sussurarem.
—Seus olhos... estão —Violeta —Completou outro —Iguais os de Merlim —Voldemort deu um leve sorriso. Sacudi minha cabeça e pude sentir meus olhos voltando ao normal
—Eu entrei para o ministério, consegui um cargo como assessora do ministro... acho que já foi informado —Disse após me recompor e ignorar os comentários e caras de confusão de todos. Minha cabeça ainda latejava. Iria ver a questão dos meus olhos depois com Dumbledore talvez, esse era um dos meus menores problemas
—Perfeito! suponho que a partir de agora, conseguiremos de uma vez por todas. —Os outros comensais se empolgaram —Um brinde! à Alice! —Uma taça foi entregue a mim, então brindamos.
[...]
Após o brinde, todos voltaram a conversar. Alguns viam até mim apenas para dizer ''estouhonrado'' ou "é um prazer conhecê-la''. Até que Regulus veio em minha direção. Meus olhos ameaçaram a sair lágrimas, as dele também.
—O violeta combina com você —Ele riu fraco. Apenas o envolvi em um abraço apertado. —Estava preocupado... —Ele sussurrava em meu ouvido
—Eu... eu estou bem. Estava com saudades —Me desvencilhei de seu abraço —Também estava... foi bem difícil esse último ano —Ele dizia cabisbaixo —Me desculpe... eu não podia dizer nada. —Via que ele me olhava com um olhar desconfiado —Por que está me olhando assim?
—Você com certeza era a última pessoa que eu esperava ver aqui... —Eu sei... —Meus dedos passavam na borda da taça —Mas tem coisas que são necessárias... Mas então... como você está?
—Você sabe, eu nunca quis isso. Eu não consegui Lice... minha mãe me obrigou... minha vida está um inferno desde então —Ele falava cada vez mais baixo. Eu apenas o abracei novamente —Vai ficar tudo bem... confia em mim. —Senti que ele entendeu o que eu quis dizer. Queria poder perguntar mais, perguntar como estava Noah, Sirius... mas ali com certeza não era o lugar apropriado.
—Alice Merlim. —Uma voz rabugenta me chamou enquanto conversava com Regulus. Me virei e vi que era com certeza uma das mulheres que mais odiava, Walburga Black. —É um prazer conhecê-la —Ela sorria para mim. Vi que Regulus automaticamente mudou de feição, tentei fazer uma tentativa de sorriso para aquela vaca. Eu tinha tanto ódio dela pelas coisas que ela fez com Regulus e Sirius, que a coisa que eu queria fazer nesse momento era pular em seu pescoço.
—O prazer é todo meu, Sra. Black —Apertei sua mão —Peço perdão por meu... por Sirius ter se envolvido com a senhorita. Ele é um traidor para nossa família, uma vergonha... peço perdão minha querida —Meu sangue fervia a cada insulto que ela fazia a Sirius, meu ódio por essa mulher não era normal. —A senhora não tem culpa... pode ficar tranquila —Ela sorriu em resposta e se retirou
—Achei que você iria atacá-la a qualquer momento —Regulus tentou segurar a risada —Pode ter certeza que era o que eu mais queria, Reg —Falei entre dentes
[...]
Regulus e sua família já tinha ido embora, estava apenas observando umas das pinturas que possuía a casa. Muitos ainda vinham falar comigo, principalmente os mais velhos, poucos dos ex alunos se atreviam a falar comigo, sentia olhadas de Marcus constantemente, mas ignorava. Era provável que se ele viesse falar comigo eu jogasse uma azaração, como nos velhos tempos.
—Lice... —Me virei e vi Lia. —Oi Lia... —Eu... eu precisava conversar com você. —E por que acha que eu iria querer falar com você? —Ódio consumia meu corpo, praticamente cuspi as palavras
—Só... só me escuta, ok? —Tomei um gole do champanhe e fiz menção para que ela prosseguisse —Eu sei que fui totalmente idiota em me afastar de você sem explicação... de todos vocês. —Ainda bem que sabe
—Eu não posso falar aqui... você aceita algum dia tomar uma cerveja amanteigada... como nos velhos tempos? —Dava para ver em seus olhos que realmente ela queria aquilo, se explicar. minha mágoa e raiva com ela ainda era presente, mas iria dar uma chance, já que fomos por bom tempo melhores amigas.
—Amanhã... a noite, pode ser? —Sua expressão foi de alívio —Claro... —Amor! vamos —Olhamos, Dolohov estava a chamando, mas com olhares afiados a mim. Eu apenas arqueei minha sobrancelha e ele parou de olhar.
—Até amanhã Lice —Eu não disse nada, apenas acenei com a cabeça e ela se foi.
Já estava há muito tempo naquele lugar, estava me dando aflição já. Quando fiz menção de ir embora, para minha felicidade, Voldemort me chama. Me virei em sua direção, com um olhar inexpressivo.
—Quero que se junte ao meu grupo privado, para uma reunião amanhã. —Ok... se já tiver alguma informação útil eu passo para o senhor
—Me chame de... pai —Não é tão fácil... —O tempo que você precisar... —Apenas assenti com a cabeça e sai dali o mais rápido possível.
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