Capítulo 13

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Quatro anos antes...

06 de Janeiro de 2015
Terça-feira

Lucas estava jogando vídeo game no seu quarto junto de Gabriel. Ambos jogavam Mortal Kombat Armageddon, e estavam muito concentrados. Uma batida surgiu na porta, e quando ela se abriu, o rosto da mãe de Lucas apareceu.

—Crianças, eu tô indo com o José comprar umas coisinhas no mercado, mas a gente já volta, tá bem?

—Tá. — Ambos disseram em uníssono.

—Se alguém tocar a campainha, não atendam. Não atendam telefone também, podem deixar tocar.

—Tá bom, mãe, mas a gente tá no meio de um jogo importante! — Chiou Lucas, irritado.

Ela revirou os olhos.

—Juízo.

Ela fechou a porta, e segundos depois a porta da frente foi aberta e fechada, bem no momento em que Lucas derrotou o personagem de Gabriel. Gabriel bufou, e Lucas comemorou, gritando:

—YES! Chupa essa, otário!

Gabriel franziu os lábios. Seu cabelo era mais claro, e ele tinha apenas 13 anos, enquanto Lucas tinha 12. Ele encarou o amigo, que sorria pra ele.

—Vai chorar, boneca? Chora vai, eu quero ver você chorando.

—Eu tenho um negócio importante pra contar pra você. — Ele disse, empolgado.

—O que foi? — Lucas se aproximou dele, franzindo o cenho.

Gabriel respirou fundo, fazendo suspense, e aguardou um pouco pra falar. Ele passou a língua pelos lábios, juntando as mãos entre as pernas.

—Eu...transei.

Lucas piscou, boquiaberto.

—HÃ?!?

—Eu transei. — Ele abaixou o olhar, com um sorrisinho envergonhado.

—VOCÊ FEZ...SEXO? — Lucas fez um som com a boca que indicava que ele estava muito chocado, e levou as mãos até a boca.

—Cala a boca, vai que alguém escuta! — Ele tapou a boca do amigo, olhando ao redor, como se pudesse ver alguém, e então diminuiu o tom de voz: — Foi, eu transei. Pela primeira vez.

Lucas não sabia o que pensar daquilo. Ele não havia nem mesmo beijado na boca ainda, e seu melhor amigo havia transado. Feito sexo. Isso o fez sentir meio inferior, como se ele não fosse tão divertido quanto Gabriel.

—Conta como foi isso!

—Foi assim... — Ele se aproximou, falando animadamente — Eu fui passar o ano novo com minha família no Guarujá, né? Dai a gente foi, e meus primos foram também. Daí a Verônica tava lá. Tu lembra da Verônica, né?

—TU PERDEU A VIRGINDADE COM A VERÔNICA? 

—Xiiiu! É, foi. A gente tava se paquerando o tempo todo, dando em cima um do outro e tal...dai quando deu quatro horas da manhã, meus tios foram todos pra casa de praia do meu tio Arnaldo, e eu pedi pra mamãe pra ficar lá com ela, e ela deixou. Daí...aconteceu.

—Mas como foi isso? Vocês transaram aonde?

—Lá, ué. — Ele deu de ombros, coçando o pescoço, algo que ele sempre fazia quando ficava nervoso — Na praia.

—NA AREIA?

—É. Foi assim: a gente foi pra água, daí a gente ficou brincando lá, jogando água um no outro e tudo mais. Até que a gente se beijou. Daí a gente ficou lá, né, e tal, se beijando, fazendo carinho, namorando...até que o negócio começou a esquentar, sabe? Tipo, sabe quando o negócio fica quente, animado, daí você fica...duro?

—Hã... — Lucas não sabia, mas estava interessado demais na conversa.

—Foi muito estranho. Eu fiquei com o pau duro, daí ela começou a fazer carinho dentro da sunga, sabe? Aí eu enfiei a mão dentro do biquíni dela também, e comecei a fazer carinho na vagina dela. Foi muito estranho. É bem quentinha, mas é gostoso de passar a mão lá...

Lucas tentou se imaginar na situação, mas ficou com muito nojo de imaginar isso. Ele fez uma careta.

—Eca.

—Foi bom demais, sério! Daí... — Ele deu de ombros — Aconteceu.

—Foi assim, bem rápido?

—Não, tipo...a gente começou a fazer carinho, daí ela começou a me masturbar. — Ele cochichou a palavra "masturbar" — Aí ela começou a me chupar, sabe? Ai eu chupei ela também.

Tu chupou a vagina dela? — Lucas perguntou, indignado.

—Aham. — Ele sorriu, esfregando as mãos — Foi bom. É bem molhado, sabe? Mas é muito gostoso.

—E ninguém viu vocês fazendo isso?

—Não, tava escuro demais. E mesmo quando começou a amanhecer, não tinha ninguém na praia!

—Gabriel...eu acho que alguém deve ter visto. — Lucas disse, apreensivo — Tem certeza que ninguém viu?

—Ninguém viu, menino! — Ele exclamou, com receio — Ninguém tava lá. Mas foi bom. Aí rolou penetração, né. E é muito bom, véi, tu tem que experimentar! Parece que dentro da vagina tem um negócio que faz carinho no pau, sabe?

Lucas começou a ficar levemente excitado ao imaginar o pênis de Gabriel duro, e engoliu em seco.

—Aham...

—É muito bom. Aí foi, durou uns minutos, depois acabou e a gente ficou lá, jogado na areia. Mas tem um problema.

—Qual?

Gabriel fez um biquinho, meio envergonhado.

—Eu acho que entrou areia no meu...sabe?

—No teu...cu?

—NÃO! No meu...pau. — Ele coçou a nuca — Tá ardendo até agora.

Lucas começou a gargalhar, sem conseguir parar de rir.

—MENTIRA! — Ele ria alto.

—É sério, agora faz silêncio sobre isso, tá? Não pode contar pra ninguém sobre isso. Mamãe não sabe ainda, e se tua mãe souber, ela com certeza conta pra ela.

—Tá, eu prometo fazer silêncio sobre isso. — Lucas jurou.

Gabriel suspirou, sorrindo.

—Mas e agora, vocês vão começar a namorar? — Perguntou Lucas.

—Eu não sei. — Gabriel deu de ombros — Sei não. Mas eu não gosto dela, entendeu? Foi só uma coisa de momento. Passou já.

—Como assim, passou? — Lucas arqueou a sobrancelha — Vocês transaram! Isso não é o suficiente pra amar alguém?

—Ué, não. Eu não amo ela.

—...Então por que vocês transaram?

Gabriel deu de ombros, passando a língua entre os lábios.

—Sei lá. Porque eu tava afim.

Aquilo não entrava na cabeça do Lucas. Se você fazia sexo com alguém, era porque você tinha sentimentos por essa pessoa. Como Gabriel conseguiu fazer sexo com a prima sem ter sentimento? Será que ele era uma pessoa fria assim? Que simplesmente transava e não tava nem aí?

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Nota: Gente, eu AMEI voltar ao passado dos meus protagonistas e contar como o Lucas descobriu sobre as primeiras vezes do Lucas :3 Vocês gostaram? Deixem aqui nos comentários o que acharam da cena. Foi tão fofo ver o Lucas todo inocente e o Gabriel todo sem jeito...

O céu é um lugar da terra (Livro 1) - João Marcelo SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora