10 de Abril de 2019
Quarta-feiraO uber de Lucas parou em frente ao bar chamado "Olho do Gordo". Assim que entrou, varreu o local com o olhar em busca de Felipe.
—E aí, Lucas? — A voz dele soou, e quando Lucas olhou para onde vinha a voz, viu ele saindo do banheiro, sorrindo.
—Opa. — Ele sorriu, abraçando Felipe — Desculpa vir aqui, é que eu tava afim de falar contigo pessoalmente. E como você tá sempre trabalhando, pensei em dar uma passada aqui.
—Tranquilo. — Ele se sentou em uma das mesas — Você parecia meio chateado na chamada ontem. O que aconteceu?
Lucas suspirou, se sentando ao lado dele.
—Eu fui na casa do Gabriel ontem. Pra consertar as coisas, pra dar a ele uma chance de se explicar. Mas quando cheguei lá, adivinha? A Marília tava lá.
—Não acredito! — Exclamou Felipe.
—Pois é! — Lucas franziu os lábios, desviando o olhar — E eu achando que ele tava realmente sofrendo pelo término. Porra nenhuma. Ele já estava aproveitando para curtir com aquela vadia. Muito sofrimento da parte dele.
—Sinto muito, Lucas. — Felipe colocou a mão por cima da dele, parecendo se compadecer da situação.
—Eu é que sou idiota mesmo. Eu realmente acreditei que... deixa pra lá. Isso só significa que ele é um safado que segue em frente não importa o que aconteça.
—E como você tá?
—Péssimo, né? — Lucas olhou pra ele — Desculpa ficar desabafando assim sobre meus problemas com você. Eu nem te conheço direito, mas é que...sei lá. Eu tô precisando de um ombro amigo. E um amigo que não seja amigo do Gabriel também.
—Eu entendo. Eu fiquei arrasado quando meu ex-marido levou duas pessoas pra transar com a gente dentro de casa. Entendo mesmo como é essa sensação.
—É só que...eu realmente tinha a esperança de ser pra sempre, sabe? De ser algo permanente. Do meu primeiro namorado ser o cara certo, da gente casar...a gente tinha planos. Ele praticamente me pediu em casamento. Disse que daqui a cinco anos estaríamos juntos ainda. Mas pelo visto o destino não quer operar desse jeito.
—Você tá precisando de uma bebida. Vem comigo.
Lucas seguiu Felipe até o balcão, aonde ele começou a mostrar as bebidas.
—Qual bebida cê quer? Tem tequila, tem vodka, tem cerveja...
—Não faço ideia. — Lucas suspirou, apoiando o rosto na mão — Qual é a melhor?
Ele deu um sorriso misterioso.
—Tem uma mistura. O nome é "submarino".
—O que é isso?
—É quando você enche um copão de cerveja e derrama um copinho de cachaça dentro. Assim a bebida mistura, e o lance é beber de uma vez tudo.
Lucas fez uma careta.
—Isso parece ser horrível.
—A gente pode beber junto. Mas só se você quiser. — Felipe deu de ombros.
Lucas torceu o lábio.
—Pode ser.
Felipe pegou um copo bem grande e o encheu de cerveja. Em seguida, pegou um copinho de tomar shot e o encheu de cachaça. Depois ele deixou o copinho afundar no grande, e observou as bebidas se misturarem. Após isso, fez a mesma coisa em outro copo. Ele entregou um dos copos para ele.
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O céu é um lugar da terra (Livro 1) - João Marcelo Santos
Teen FictionGabriel e Lucas são amigos de infância. Cresceram juntos, unidos como irmãos de carne e unha. Há alguns meses atrás, eles descobriram que compartilham uma característica em comum: ambos gostam de meninos. O que só serviu para os unirem mais ainda, a...