Capítulo 40

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Assim que a campainha de Gabriel tocou, ele correu até a porta na esperança de ser Lucas. Entretanto, ao abrir a porta, se deparou com Marília parada ali, com um sorriso. Ela tinha uma mochila nas costas.

—Oi, Gabriel. Posso entrar?

Gabriel franziu o cenho.

—O que veio fazer aqui?

—Então vai me expulsar?

Gabriel revirou os olhos, deixando ela entrar. Assim que ela entrou, ele fechou a porta.

—Eu vim aqui ver como você tá. Tá tudo bem com você?

—O que você acha? — Ele deu de ombros — O Lucas não me olha mais no rosto, brigou comigo na frente de todo mundo. Você tava lá, você viu a briga. Então não, Marília, eu não tô nada bem. Eu ainda tô me arrependendo a cada segundo de ter traído ele com você.

—Putz, que pena, Biel. — Ela suspirou — Espero realmente que vocês se entendam futuramente. Eu realmente espero que vocês não terminem desse jeito.

—Como achou a minha casa? — Ele perguntou, cruzando os braços.

—Eu perguntei pra Natália.

—Ah, entendi...a Natália. Sua aliada.

—Para de me tratar assim, Gabriel. Para de me tratar como se eu fosse sua inimiga. Eu...eu realmente me arrependo de ter feito o que fiz.

Ele a encarou, sem dizer nada. Ela sorriu, abrindo a mochila.

—Mas olha, já que você anda tão pra baixo, olha o que eu trouxe pra gente provar. — Ela tirou uma garrafa de cachaça e uma garrafa de skol beats — O que achou?

Ele soltou uma risadinha curta.

—Entendi. Então você me trouxe isso pra que a gente beba horrores, pra daí a gente ficar, né? Você tá doida pra um beijo meu de novo.

—Então você tá dizendo que se ficar bêbado perto de mim vai me agarrar? — Ela levou a mão ao peito, sorrindo — Me sinto lisonjeada.

Ele não pôde evitar de sorrir.

—Então...já que você não quer beber comigo, eu posso levar isso de volta pra minha casa e beber sozinha. — Ela guardou novamente as bebidas.

Ele deu de ombros.

—Já que já trouxe, tira isso da mochila e bora beber.

✭✭✭

Uma hora depois, os dois estavam sentados no sofá da sala, com skol beats misturada com cachaça nos copos. Gabriel havia colocado uma playlist de música pra tocar na televisão.

—Eu conheci ele desde que entrei na escola. Éramos da mesma sala, e a professora colocou a gente pra fazer duplinha. — Gabriel sorria, se lembrando — A gente tinha que montar alguma coisa com massinha. A gente acabou brigando por causa disso, e nos agredimos. A professora mandou a gente pra coordenação, e a gente acabou se resolvendo. A partir daí, não nos desgrudamos.

—E desde aquela época vocês ficaram melhores amigos?

—Exatamente. Nunca nos desgrudamos. Vivíamos grudados, vivíamos indo nas festas de aniversário um do outro. Nossas mães se conheceram e viraram amigas também. A gente saía junto, a gente ficava junto na escola. Eu tô com ele desde sempre. A gente já passou por tudo juntos. Ele já me viu cagar nas calças, eu já vi ele vomitar, ele já me viu quebrar um braço, a gente já se perdeu de casa...a gente já passou por tudo tipo de coisa juntos.

Marília sorriu, e Gabriel olhou pra ela.

—Aposto que você tá com inveja disso.

—Inveja do quê? — Ela perguntou.

O céu é um lugar da terra (Livro 1) - João Marcelo SantosOnde histórias criam vida. Descubra agora