17 de Abril de 2019
Quarta-feiraLucas estava sentado no bar do Felipe. Ele observava os rapazes e moças ali bebendo, rindo e conversando alto. Quando Felipe voltou para o bar, sorriu pra ele.
—Desculpa a demora. Tava alimentando os gatos dos fundos. Como você tá?
Os dois se abraçaram. Era meio estranho abraçar o rapaz que ele havia beijando não muito tempo atrás, mas fazer o quê?
—Tô bem. Eu quis dar uma passada aqui pra conversar contigo sobre as coisas que aconteceram. Falar pelo whatsapp não é muito emocionante.
—É mesmo, você e o Gabriel voltaram, não foi? — Felipe sorriu — Que bom, cara! Tava torcendo tanto pra isso acontecer! Vocês conversaram? Se perdoaram e tal?
—Na verdade, a gente optou por não falar muito sobre o que aconteceu, sabe? Tipo, a gente cometeu erros, mas nos amamos muito. Isso é o que basta. Por isso escolhemos não ficar revirando o passado. Ele me perdoa, eu perdoo ele, e tá tudo certo.
—Isso é muito bom, mano. — Felipe empilhou uns copos na prateleira — E o que mais aconteceu que você preferiu vir falar pessoalmente do que falar pelo whatsapp?
Lucas sorriu, erguendo as sobrancelhas. Felipe o encarou, confuso.
—Fala. — Pediu Felipe.
—Adivinha.
Felipe piscou, abrindo a boca, surpreso. Ele sorriu.
—Mentira...vocês dois...
—Aham.
—Me conta tudo!
Lucas riu, sem graça. Felipe se aproximou do balcão, atento ao amigo.
—Foi muito massa. A gente tava bêbado, a gente fumou um pouco de maconha...e a maconha tava muito forte, cara! A gente pôs música eletrônica pra tocar...
—Isso tudo foi aonde? Na sua casa?
—Na casa dele, né? Deus me livre fazer isso na minha casa. Minha mãe arrancaria o meu couro.
—É, faz sentido. Continua.
—Daí a gente se pegou, daí tiramos as roupas...daí ele pegou o lubrificante, e cara, é tão geladinho! — Lucas riu, enterrando o rosto na mesa — Daí aconteceu.
—Vocês usaram camisinha?
—Não, a gente nem pensou nisso.
—Lucas...
—O quê? O Gabriel não tem doenças! Eu acho, né...
—Você pelo menos fez a chuca?
—Claro. Na casa dele, por sinal. Eu fui no banheiro, depois voltei e fomos beber. A gente misturou bebida, e bebemos muito rápido. Aquilo deixou a gente muito tonto.
—Claro, beber rápido e misturar bebida embriaga fácil.
—Eu só sei que tudo aconteceu rápido demais. Parecia que o mundo tinha parado de girar. Ele tava ali, perto e mim, próximo de mim...senti cada detalhe do corpo dele, cada músculo...literalmente.
—É grande? — Felipe ergueu as sobrancelhas.
—É sim. — Lucas olhou para os lados, para se certificar de que ninguém estava ouvindo — Mas nem doeu, sabia? Acho que a bebida me tornou anti-dor.
—Tu é doido, Lucas. — Felipe riu.
Um casal apareceu para fazer um pedido, e Felipe teve que atendê-los. Ao terminar, ele voltou para perto de Lucas.
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O céu é um lugar da terra (Livro 1) - João Marcelo Santos
Teen FictionGabriel e Lucas são amigos de infância. Cresceram juntos, unidos como irmãos de carne e unha. Há alguns meses atrás, eles descobriram que compartilham uma característica em comum: ambos gostam de meninos. O que só serviu para os unirem mais ainda, a...