Capítulo Dezoito

88 13 3
                                    


Com o olhar fixado ao dele, Blanche deleitava-se com a textura e o sabor daquele homem e com o modo como Ettore não conseguia esconder a resposta às suas carícias, com a respiração entrecortada e a mesma necessidade voraz que a dela, enquanto ele a puxava até que ficasse de pé em sua frente.

— Eu quero você, agora! — sussurrou Ettore, lidando com destreza com o zíper do vestido e o soltando para que escorregasse pelo corpo de curvas sinuosas e fosse se juntar às suas próprias roupas no chão do quarto.

Os olhos azuis se tornaram escuros, quando os voltou à curva firme dos seios expostos, à lingerie de renda preta e às extremamente sensuais cintas-ligas que eram sua única vestimenta no momento. Ettore então baixou a cabeça para lhe tomar um dos mamilos túrgidos nos lábios, descrevendo círculos firmes com a língua em torno deles e os sugando em seguida. E percebeu pelo tremor de Blanche que sua excitação se igualava à dele.

— É tão linda! — ofegou Ettore, enquanto erguia a cabeça para fitá-la. O corpo pulsando de desejo de possuí-la.

— Ettore... — ela ofegou, em uma súplica quase silenciosa.

— Acho que não poderei ser gentil desta vez. — Meneando a cabeça, puxou a lingerie cor de renda, rasgando-a. — Da próxima vez serei mais paciente. — prometeu, embora a atirasse sobre a cama e se postasse entre as coxas macias. — Da próxima vez seremos ambos mais calmos. — murmurou, antes de penetrá-la num único movimento. Quando Ettore lhe tomou os lábios, percebeu que nunca antes experimentara prazer tão intenso ou havia desejado tanto uma mulher como queria Blanche.

Ela o recebia cada vez mais fundo a cada investida. E minutos depois, Ettore pôde sentir o clímax iminente, sabendo que era demasiadamente urgente para ser controlado. As costas de Blanche se arquearam ao mesmo tempo em que ele afastou os lábios para sugar com avidez um dos mamilos enrijecidos de seus seios. E as unhas dela se cravaram em suas costas ao mesmo tempo em que seus gritos de prazer faziam eco com os dele no ambiente silencioso. O êxtase mútuo explodiu em um caleidoscópio de sentimentos e emoções que pareciam não ter um fim para nenhum deles.

E na tentativa de se recuperar, Ettore deitou-se na cama ao seu lado, puxando-a consigo. Blanche sentia-se zonza e maravilhada enquanto permanecia deitada sob o corpo viril. As mãos acariciando a largura úmida de suor das costas de Ettore. Sabia que o sexo com aquele homem estava além de qualquer experiência anterior. Nunca em seus anos de casada havia alcançado um clímax tão selvagem e indômito quanto o que Ettore lhe proporcionara.

Tampouco sabia ao certo o significado daquilo...

Daria mais importância ao prazer físico do que pensara ser possível?

Ou teria sido tão diferente porque havia se apaixonado por ele?

O que era aquilo?

Ettore questionou-se, erguendo a cabeça para fitá-la, ao percebê-la pensativa.

— Diga-me o que há de errado? — indagou ele de supetão suspendendo o corpo e se deitando ao lado dela, antes de lhe voltar um olhar inquisitivo.

— Errado? — repetiu ela, emocionada. — O que poderia estar errado? — indagou, intrigada. — Eu acabei... acabamos de arrancar nossas roupas e nos possuirmos como dois...

— Não faça isso consigo mesma, cariño! — silenciou-a Ettore com a expressão fechada, quando percebeu onde iria terminar aquela conversa. — Desejamos um ao outro...

— Exatamente! — exclamou Blanche, afastando-se dele para se sentar na beirada da cama. — Eu não me reconheço desde que te conheci, Ettore. — gemeu, enterrando a face nas mãos.

— Blanche... — Ettore estendeu a mão e tocou as costas macias.

De pronto, ela tencionou sob o toque da mão firme.

— Por favor, não! — objetou Blanche, afastando-se, trêmula e completamente alheia à imagem sensual que compunha ainda vestida com as cintas-ligas. — Eu tenho de ir — afirmou ela, meneando a cabeça. — Preciso ir! — repetiu, determinada, ajoelhando-se para pegar o vestido.

Ettore se moveu, rapidamente, detendo-a no caminho, quando tentava vestir a roupa.

— E eu preciso que você fique — retrucou ele em voz rouca. Os olhos penetrantes fixos nos dela, quando Blanche o fitou, insegura. — Preciso muito que fique. — repetiu em tom gentil. — Ao menos para lhe mostrar que agora há pouco foi apenas um dos muitos modos pelos quais encontraremos a felicidade juntos quando nos casarmos.

Blanche respirou profundamente. Não deveria ter olhado para ele, concluiu. Tampouco sentir-se mergulhando naqueles olhos azuis intensos ou fitar a boca sensual que lhe dava tanto prazer. Por certo, jamais deveria ter se inclinado em direção a ele em uma súplica tácita.

A ânsia com que o beijava se equiparando a Ettore. Porque sabia exatamente o que sentia naquele momento, e muito bem. De alguma forma, percebeu que desde o dia em que o viu pela primeira vez, apaixonara-se por Ettore Montalbán De La Guardia.

Uma paixão que a tornava incapaz de dizer não, quando Ettore começou a lhe acariciar as curvas do corpo outra vez, despertando-lhe o desejo que sentira há pouco. Mas aquele era um desejo que ele não tinha a intenção de satisfazer de imediato. Mais uma vez, deitou-a na cama.

Os lábios experientes seguiam a trilha de carinhos que as mãos hábeis executavam. Com movimentos suaves, deslizou as meias de seda pelas pernas torneadas e beijou-lhe os pés. Uma carícia exótica que fez os pés de Blanche se torcerem.

Ettore deu uma risada, ao mesmo tempo em que se movia pelo corpo curvilíneo, dando atenção a cada centímetro percorrido com a língua, dos pés até os seios de Blanche.

Blanche ofegou, quando ele se curvou sobre ela beijando os dois mamilos rígidos e róseos, antes de sugá-los demoradamente. A língua era como uma lixa contra a sensibilidade dos seios. Em seguida, os soltou, para deslizar os lábios pelo abdômen reto. Blanche fixou novamente o olhar ao dele e ele deteve-se por um tempo em torno do umbigo, enquanto uma das mãos se moveu para baixo, abrindo caminho entre as coxas macias para acariciar a fenda úmida e pronta para recebê-lo. Ettore penetrou dois dedos em sua boceta, usando o polegar para acariciar com precisão o clitóris, numa lentidão tortuosa, provocando-a. O corpo feminino se arqueou. Os gemidos excitados de Blanche suplicavam-lhe que saciasse o desejo urgente. Sons que Ettore se moveu para satisfazer, substituindo os dedos pelos lábios e língua e provocando-a indefinidamente.

A carícia ousada espalhou um fogo líquido que se originava no abdome e se alastrava pelas coxas que Blanche apartou para desfrutar daquela doce tortura.

— Não posso — ofegou ela. — Simplesmente não posso...

— Ah, sim, você pode — assegurou Ettore, antes de friccionar a língua contra a fenda úmida e observá-la estremecer sob suas carícias. — Quero lhe proporcionar todo o prazer que existe no mundo, Blanche. — sussurrou ele. — Tocá-la até conhecer seu corpo intimamente. — acrescentou.

Em seguida, deslizou a língua para dentro de Blanche e sentiu os espasmos explodirem em gritos desesperados de prazer. As mãos delicadas se enterraram na massa espessa de cabelos negros, mantendo-o naquela posição para que pudesse sorver até a última gota daquele clímax.

Ettore se moveu com rapidez, penetrando-a e a preenchendo, sem que ela tivesse tempo para pensar, enquanto os músculos internos ainda se contraíam com as ondas provocadas pelos espasmos que ainda não haviam cessado. Os movimentos lentos e calculados, enquanto percebia o prazer voltar a crescer dentro dela. Controlou-se até que Blanche estivesse pronta para se juntar a ele. O olhar fixo nela, enquanto juntos alcançavam o êxtase de mais um orgasmo.

— Durma agora, cariño. — sugeriu Ettore, ofegante, quando se sentiu capaz de falar. — Durma, Blanche. Conversaremos amanhã de manhã — assegurou ele, ao mesmo tempo que a envolvia nos braços e se deitava ao lado dela. A cabeça dela recostada ao ombro largo.

Inimigo ÍntimoOnde histórias criam vida. Descubra agora