Capítulo*5*

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Any

Meus braços estão cansados,eles trabalham demais...(Encosto o pote com água em uma pedra e me sento procurando algum descanso)..

E aonde está aquele imbecil do Sahale??deixou todo esse trabalho pra mim e o pior que nossa tenda fica longe da água,tudo está contra mim.

Suspiro pesadamente e me levanto disposta a acabar essa tarefa...(Entrelaço meus braços a redor do pote grande de barro e me ponho a caminho).

Chego em casa sentindo várias gotas de suor descendo pelo meu rosto e meus braços ficam moles,minhas pernas imploram por um descanço.

-Ai está você(Ele entra e o encaro sem ânimo)consegui isso pra você.(Ele me entrega vários vidrinhos com cheiros bem diferentes,alguns mais doces que os outros)Vocês mulheres gostam de sempre andar cheirosas.(Ele senta ao meu lado).

-Obrigada por se preucupar com meu cheiro.(Sorrio de lado,os coloco em uma pequena caixa de madeira ao lado da outra caixa)Oque tem aqui??(Pergunto curiosa encarando a enorme caixa marrom escura).

-Roupas de inverno..(Ele a abre e vejo várias blusas e calças de couro)Inverno se aproxima..(Havia me esquecido desse detalhe).

-Voce estoca ou algo do tipo??(Me lembro que todo inverno eu recolhia o máximo de lenha e quardava carnes secas).

-Caçarei por todo o inverno,não é preciso..(Ele tampa a mesma)Vou procurar o nosso jantar(Em suas costas um arco,uma bolsa continha todas as suas flexas).

-Eu vou com você..(Ele não diz nada e caminha ao meu lado).

A sua tribo não ligava mais para o simples fato de uma branca estar ali..(Talvez tenham se acustumado ou apenas não se importa).

Ele me leva até um local atrás da tribo,cheio de árvores e arbustos,os pássaros cantam vários outros animais saem correndo.

-Me empresta isso aqui..(Pego o arco do mesmo e uma flecha afiada).

-Não vou deixar nada faltar..(Uma feição carrancuda molda seu rosto).

-Não queria ferir seu ego..(Ergo meu nariz entrando cada vez mais).

Fecho meus olhos,todos os sons ficam mais altos,galhos quebrando,o bater de asas e patas contra o chão...Um coelho,puxo a corda o máximo que consigo e a flexa acerta o pequeno animal,o sangue banha o chão,agarro o mesmo ainda com a flexa e volto até onde ele me espera de braços cruzados.

Não digo nada,apenas entrego o coelho morto e seu arco para o mesmo,homens são tão difíceis de lidar,sempre os evitava e agoro convivo com um no mesmo teto.

O deixo para trás,minha mente não descança me trazendo vários pensamentos...Uma raiva me ataca,me viro e acerto um soco com força na árvore a minha frente..

Eu não queria isso,eu queria apenas acabar de pagar as malditas contas do meu pai,ter uma vida calma e quieta na minha casa,e não me casar..(Paro de socar a árvore e sinto meus pulsos derramarem um líquido quente,sangue).

Eu só queria ainda ter eles aqui...(As lágrimas descem por fim)não posso voltar,estou sendo perseguida e agora estou casada com um índio frio que se acha superior.

Bato mais algumas vezes na árvore e a dor desaparece,meus punhos ficam dormentes e minha mente fica clara novamente.

Não devia esperar que coisas fáceis caíssem do céu,essa é a minha vida e vou viver a mesma,do meu jeito,(Limpo com as costas das mãos as lágrimas que insistem em cair).

Ando devagar até a minha mais nova casa,ainda não me acostumei com isso..

A mesma está vazia,lavo minhas mãos em um jarro com água ao lado da entrada.Rasgo algumas tiras de couro e enrolo em meus punhos.

-Índia Branca-Onde histórias criam vida. Descubra agora