Clarke bêbada

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Point of view Lexa

Clarke Griffin era fraca para bebida.

Tomamos só duas doses – para fins de pesquisa, é claro – e ela já exibia outro comportamento. Balançou o dedo indicador no ar. A única coisa que faltava era uma lampadinha azul em um balão sobre sua cabeça.

— Já sei. Estou melada.

Ela pronunciou melada com um tom excitado, como se dissesse pelada. Depois começou a gargalhar.

Eu gostava da Clarke bêbada.

— Essa é uma boa ideia.

— Não é?

— Pena que já existe.

— Nããããooo.

— Sim. Tem uma cerveja com esse nome em inglês. E é bem boa.

— Já experimentou?

— É claro. Como é que eu ia passar por uma cerveja com esse nome e não levar para uma amiga? Quem não levou uma garrafa de vinho Ménage à Trois para uma festa pelo mesmo motivo?

Clarke pôs os pés em cima da mesinha.

— Eu! Nunca comprei.

— Ah, porque é muito travada.

Ela arregalou os olhos.

— Não sou travada.

— Já fez um ménage à trois, então? — Era divertido provocá-la.

— Não. Mas isso não quer dizer que sou travada.

Servi mais duas doses de vodca. Clarke hesitou, mas eu insisti.

— Mais uma. Vai ajudar a clarear as ideias.

Ela tinha feito careta depois das duas primeiras doses. Mas essa desceu redonda. Sim. Clarke era fraca para bebida, definitivamente.

Ela bateu o copo vazio na mesa um pouco forte demais.

— Ménage à blá. Já levei um fora porque não quis fazer swing.

Arqueei as sobrancelhas. Não esperava ouvir nada disso.

— Seu namorado queria que você dormisse com outro cara?

— É. No primeiro ano da faculdade. E ele ia dormir com outra mulher, é claro.

Esvaziei meu copo.

— Isso nunca me interessou. Não sou muito de dividir mulher.

Clarke riu pelo nariz.

— Devia namorar comigo. Isso ia te fazer querer dormir com outras mulheres.

Pensei um pouco no comentário antes de responder. Ela realmente disse que era ruim de cama?

— Ah... como é que é?

Ela riu, riu tanto que tombou no sofá. Eu nem imaginava o que ela achava tão engraçado, mas comecei a rir também. Vê-la relaxar e se divertir com os próprios comentários era bem engraçado.

Quando o ataque de riso passou, ela deixou escapar um suspiro.

— Tem algumas pessoas fodas. Sem ofensa.

Dei de ombros.

— Não me ofendi.

— Desculpa. Acho que a vodca me subiu à cabeça. — Ela sentou direito e ajeitou o cabelo. — Vamos voltar ao brainstorm. Meu cérebro fez um desvio, pelo jeito.

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