Fiquei paralisada. Que porra é essa?

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Bora acabar essa história hj ???

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Point of view Alexandra

Parei na frente da casa do Aden e da Fanny alguns minutos antes da hora combinada e olhei o celular pela décima vez desde a noite passada.

Nada ainda.

Havia mandado uma mensagem para Clarke perguntando como foi a apresentação, mas não recebi nenhuma resposta. Mesmo que tivesse chegado cedo em casa e ido dormir, ela já teria acordado. Normalmente, ela chegava ao escritório às sete da manhã.

Passei a noite toda ansiosa, com uma sensação ruim depois da mensagem sem resposta. Mas devia ter mais a ver com toda a confusão com Aden, com ter que me despedir dele antes de passar três semanas distante, depois de tudo que aconteceu no último fim de semana.

Guardei o celular no bolso, olhei para a casa e respirei fundo antes de sair do carro.

Fanny abriu a porta com seu habitual bom humor.

— Seria bom se ele tivesse algum dinheiro para as férias.

Balancei a cabeça. Ah, é? Dê você a ele, então.

— Sei. Ele está pronto?

Fanny bateu a porta, e ouvi o grito do outro lado.

— Aden! Venha logo!

Meu coração começou a bater descompassado quando ouvi os passos dele descendo a escada. Não sabia o que faria se esse garoto não superasse tudo isso. Minhas mãos começaram a suar.

A porta se abriu, e Aden saiu carregando a mochila.

Agi com cautela e mantive as mãos nos bolsos.

— Oi.

Ele levantou o queixo.

— Oi.

Já era alguma coisa.

— Pronto?

Ele assentiu, e fomos para o carro. Liguei o motor e tentei puxar conversa.
— Animado para a viagem a Minnetonka?

Ele torceu o nariz como se sentisse um cheiro ruim.

— Você estaria?

Era um bom argumento.

— Abra o porta-luvas. Pegue esse envelope pardo. Aí dentro tem umas informações que imprimi ontem à noite sobre lagos da região. Tem alguns bem próximos de onde vai ficar, dá para ir a pé, e parece que a pesca é boa. Também tem dinheiro aí para comprar isca, essas coisas.

Ele pegou o envelope e guardou na mochila.

— Obrigado.

Conversamos sobre amenidades no caminho curto até a escola, mas foi uma conversa truncada, na qual eu falava, basicamente, e ele respondia sim, não e obrigado.

Acho que poderia ter sido pior.

Quando chegamos à porta da escola, ainda faltavam alguns minutos para a hora da entrada, e eu estacionei em uma vaga e desengatei a marcha.

— Escuta, amigão... — Parei para pigarrear. — Sobre o que te contei na semana passada.

Ele abaixou a cabeça, mas não tentou sair do carro, pelo menos.

Continuei:

— Sinto muito. Lamento que o acidente tenha acontecido. Lamento não ter te contado nada antes. Mas nunca foi por isso que estive perto de você. — Passei a mão na cabeça. — Não vou a lugar nenhum. Eu posso esperar, vou lhe dar o tempo que for necessário. Fique bravo comigo pelo acidente. Fique bravo comigo por ter demorado para te contar. Caramba, eu estou brava comigo por tudo. Mas, quando você voltar, vou estar aqui a cada duas semanas como sempre estive, porque te amo e, apesar de me sentir culpada por muitas coisas, essa culpa não tem nada a ver com o tempo que passamos juntos.

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