Confusa

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Point of view Alexandra


Três noites seguidas.


E agora isso.

Que porra? Pisquei algumas vezes, tentando me livrar de mais uma fantasia. Quase deu certo, mas na sequência Jake empurrou uma pilha de pastas em cima da mesa, procurando alguma coisa, e derrubou um grampeador do lado em que estávamos sentados. Clarke se inclinou para a frente para pegá-lo. Seu cabelo escorregou para o lado, deixando à mostra a pele pálida da nuca. Parecia tão macia e suave... meu cérebro se perguntou imediatamente se ela era inteira macia.

Alguns dias atrás, na noite em que Clarke me deixou em casa, me masturbei pensando nela antes de ir para a cama. E me convenci de que era normal. Tinha acabado de jantar e beber com uma mulher bonita - qualquer pessoa que não voltasse para casa imaginando que segurava todo aquele cabelo enquanto ela empinava a bunda de quatro realmente comprava a Woman's Day para ler os artigos.

Totalmente normal. Não significava nada. Então, por que não curtir? Uma noite de fantasia não faria mal nenhum.

Vamos encarar, não seria a primeira vez que eu tinha fantasias com uma colega. Ninguém ia ficar sabendo. Nenhum prejuízo. Mas uma noite virou duas, e duas viraram três, e ontem, quando entrei na sala de descanso e encontrei Clarke abaixada para pegar alguma coisa na geladeira, comecei a ter uma ereção. No trabalho. No meio da porra do dia. Por causa da bunda perfeita de uma mulher que eu precisava esquecer, não transformar em objeto de fantasia até estragar um terno de dois mil dólares com um momento constrangedor típico da adolescência.

Por isso me afastei nas últimas quarenta e oito horas, ignorei a presença dela ontem e hoje de manhã. Tinha decidido não me permitir pensar nela, exceto em relação a sair vitoriosa dessa apresentação de propostas. Infelizmente, meus olhos não entenderam a decisão. E isso me irritava. Cada vez que eu me pegava olhando na direção dela, me controlava canalizando a raiva pelo momentâneo erro de julgamento. O que significava que seria uma cretina várias vezes durante a reunião de hoje. Mas, com certeza, não era minha culpa se a saia vermelha mostrava as pernas e insistia em atrair meu olhar. Ou se ela usava sapatos de salto alto e fino que realçavam os tornozelos e imploravam para furar a pele das minhas costas.

A merda era toda culpa dela.

Clarke mudou de posição na cadeira, cruzou e descruzou as pernas. Como era de esperar, meus olhos acompanharam todo o movimento.

Caramba. As pernas dela eram incríveis.

Fechei os olhos. Não, não pode olhar, Lexa.

Contei até cinco mentalmente e abri os olhos de novo, e notei de imediato as sardas em seu joelho esquerdo. Senti um impulso insano de estender a mão e passar o polegar em cima delas.

Droga.

Controle-se.

Clarke se mexeu de novo, e sua saia subiu mais um centímetro.

A saia vermelha.

Apropriada, porque essa mulher era o demônio.

Estávamos sentadas a meio metro de distância uma da outra na frente da mesa de Jake há quinze minutos, ouvindo suas atualizações sobre várias questões relacionadas à fusão. De vez em quando, Clarke interferia, falava alguma coisa e olhava para mim, mas eu permanecia calada, olhando para a frente, focada no chefe, em vez de deixar meus olhos vagarem ainda mais.

- Isso nos leva à avaliação do conselho sobre vocês duas. Um dos membros, que também é um acionista majoritário, trouxe uma oportunidade com uma possível nova conta, um novo orçamento.

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