A única coisa que poderia me libertar

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Point of view Alexandra


- Gosta de Star Wars?

Apertei o mute no telejornal SportsCenter e olhei para Clarke. Ela mantinha três jornais diferentes sobre minha cama, todos abertos. Eu preferia ver as notícias pela CNN ou ESPN, mas, durante as últimas semanas, tínhamos adotado uma rotina que me agradava para as manhãs de sábado.

Sexo logo cedo, depois eu ia correr enquanto ela fazia café para nós, isso quando ela não animava e corria comigo. Depois a caminho de casa, eu comprava três jornais diferentes e, depois do café, assistia ao SportsCenter, enquanto ela lia os jornais durante horas.

Já mencionei que ela cozinhava e lia vestida com uma camiseta minha, sem calcinha nem sutiã? Então, essa é minha parte favorita.

Escorreguei a mão por baixo da camiseta branca que ela vestia e afaguei sua coxa.

- Gosto de Star Wars. Não sou um desses malucos que anda por aí vestida de Yoda ou Chewbacca na convenção anual dos doidos, mas vou assistir aos filmes. Por quê?

Clarke deu de ombros.

- Por nada.

Mas alguma coisa na resposta, talvez por ser muito rápida ou muito curta, me fez pensar que ela estava escondendo alguma coisa.

- Você não é uma dessas malucas, é?

Ela ficou vermelha.

- Não, não sou.

Apontei para suas bochechas.

- Nem adianta tentar, Texas. Você já está parecendo um tomate.

Ela abaixou o jornal.

- Tudo bem. Eu me vestia de Princesa Leia. - E baixou a voz. - E talvez tenha me vestido algumas vezes de Aayla Secura e Shaak Ti.

Dei uma risada.

- Quem?

- Esquece.

- Ah, não. Foi você quem começou com essa conversa. Agora que sei que é fã de Star Wars, quero saber com o que vou ter que lidar. Estamos falando só de fantasia de Halloween, lancheiras e vocabulário Klingon totalmente decorado, ou você é uma fã maluca que se fantasia e vai a convenções?

- Klingon é de Star Trek, não de Star Wars.

- O fato de você saber disso já é bem revelador.

Clarke revirou os olhos.

- Por que compartilho alguma coisa com você?

Eu ri.
- Tudo bem, não vou debochar, minha maluquinha sexy. Por que perguntou?

Ela apontou para um artigo no jornal.

- Estou lendo sobre merchandising no cinema, produtos derivados que renderam mais que a bilheteria. Star Wars rendeu quase trinta e cinco bilhões em merchandising.

- Imagino que tenha muitos possíveis amigos na terra dos fãs lunáticos.

Ela bateu na minha barriga com o dorso da mão.
- Cala a boca.

- Sabe que a Disney vai inaugurar uma nova atração em breve? Star Wars: Galaxy's Edge.

- Dã. Eu sei, mal posso esperar.

Naquela tarde, eu faria minha visita anual à Disney com Aden. Era fim de semana do aniversário dele, e o único pernoite que Fanny me permitia. Todos os anos, viajávamos até lá de carro no sábado à tarde e passávamos a noite e o dia seguinte inteiro nos parques. Aden sempre fazia uma lista das atrações novas, e este ano havia uma com o tema Star Wars.

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