Está me fazendo perder o juízo de verdade

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Clarke

Tum tum.

Virei para o outro lado e cobri a cabeça com o cobertor.

Alguns minutos mais tarde, ouvi o barulho de novo.

Tum tum.

Joguei a coberta longe e suspirei. Que horas eram? E quem estava fazendo tanto barulho? Não parecia alguém batendo na porta.

Procurei o celular em cima da mesa de cabeceira tateando no escuro, peguei o aparelho e apertei o botão de ligar. Uma luz forte iluminou o quarto e atacou meus olhos sonolentos. Olhei para a tela. Duas horas e onze minutos.

Suspirei. Devia ser alguém andando pelo corredor, agora que o bar tinha fechado. Tentei virar de lado e dormir de novo, mas minha bexiga também tinha acordado. A caminho do banheiro, espiei pelo olho mágico para ver o que acontecia no corredor. Parecia estar vazio.

Mas, assim que voltei para a cama, começou de novo.

Tum tum.

Que diabo? Joguei o cobertor de lado, levantei da cama e fui espiar pelo olho mágico de novo. Nada. Mas, desta vez, enquanto eu estava na ponta dos pés olhando, o barulho se repetiu... e a porta vibrou. Dei um pulo para trás.

— Oi?

Uma voz baixa falou alguma coisa do outro lado da porta, mas não consegui ouvir as palavras. Olhei de novo pelo visor, mas olhei para baixo desta vez. Cabelo. Tinha alguém sentado na frente da porta. Meu coração disparou.

— Quem é?

Mais resmungos.

Abaixei e colei a orelha na porta.

— Quem é?

Ouvi o som específico de uma risada.

O que era isso?

Levantei e espiei pelo olho mágico, tentando olhar ainda mais para baixo. O cabelo também parecia o dela. Mas eu não tinha certeza. Verifiquei a corrente de segurança antes de abrir um pouco a fresta.

— Alexandra? É você?

— Que porra é essa? — A voz dela soou clara pela fresta. Olhei para baixo e a vi toda torta na frente da porta. Ela a usava como apoio para se manter ereta, e caiu quando a abri.

Empurrei ela e a porta para soltar a corrente de segurança, depois a abri completamente.

Alexandra acompanhou o movimento, seu peso empurrou a porta e ela caiu deitada no chão, a metade superior dentro do meu quarto, as pernas ficaram do lado de fora, no corredor. E ela ria de um jeito histérico.

— O que está fazendo? — perguntei. Então me ocorreu que ela podia estar passando mal, precisando de um médico. — Merda. — Abaixei em pânico. — Está se sentindo bem? Sente alguma dor?

O cheiro de álcool serviu de resposta na ausência das palavras.
Balancei a mão na frente do nariz.

— Você está bêbada.

Seu sorriso torto era sexy. — E você está linda.

Não era exatamente o que eu esperava.

Passei pelo corpo caído no tapete e olhei para os dois lados do corredor. Não tinha mais ninguém ali.

Alexandra apontou para mim com o rosto inteiro acompanhando aquele sorriso obsceno.

— Estou vendo embaixo do seu vestido.

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