7003

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Boa leitura  !!!

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Clarke

Ela é uma tremenda imbecil.

Continuei com aquela cara falsa de felicidade enquanto me despedia de Roan . Mas, no momento em que ele passou pela porta giratória, virei para trás, franzi a testa e parti em direção ao bar para procurar minha perseguidora. O sentimento de déjà-vu era inevitável.

— Com licença — disse ao bartender. — Estou procurando a mulher que estava sentada na ponta do balcão há alguns minutos.

Ele assentiu.

— Bebendo Corona com cara de quem viu o cachorro ser atropelado?

— Essa mesma.

— Pagou a conta e foi embora há uns dois minutos. Não sei se é hóspede aqui, porque pagou em dinheiro. Não vi para que lado ela foi.

— Ah, ela é hóspede aqui — resmunguei, já a caminho da recepção.
— Aposto minha vida nisso.

Havia dois funcionários na recepção, ambos ocupados com outros hóspedes, e eu entrei na fila. Enquanto esperava, pensei que talvez não fornecessem o número do quarto de outro hóspede sem um bom motivo. Então, em vez de ficar esperando, fui ao outro lado do saguão, peguei meu celular e procurei o número do telefone do hotel.

— Alô? Estou tentando falar com uma hóspede. É minha chefe, na verdade. Ela me deu o número direto do quarto para uma teleconferência que faremos em breve, mas não sei onde deixei o papel com a anotação.

— Posso transferir a ligação. Qual é o nome da hóspede?

— Ahhh... não pode fornecer o número direto? Ela preferiu usar esse número porque outras pessoas vão participar da chamada, e, por razões de privacidade, minha chefe prefere não divulgar o nome do hotel onde está hospedada. A telefonista atende o número principal dizendo o nome do hotel. Ela vai querer me matar por ter perdido o número.

— É claro, não tem problema nenhum. O nome do hóspede?

— Alexandra Debnam-Carey.

Mais cedo, quando dei meu número direto a Ontari, percebi que os últimos quatro dígitos eram o número do quarto. Se isso não fosse uma tremenda coincidência, era assim que a coisa funcionava.

Ouvi o barulho das teclas antes de ela voltar à linha.

— O número direto é 213-555-7003.

— Muito obrigada.

— Por nada. Boa noite.

Encerrei a chamada. Ah, eu vou ter uma boa-noite... acabando com aquela palhaça do quarto 7003.

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Seria possível o sangue realmente ferver? Comecei a suar no elevador a caminho do sétimo andar. Tinha a sensação de que o calor brotava dos meus poros, tal a intensidade da raiva.

Não só garanti que a maldita tivesse uma chance de apresentar suas ideias a Roan  como nunca disse uma palavra negativa sobre ela, nunca tentei usar minha amizade com Roan  para ter alguma vantagem. E o que a imbecil faz? Inventa mentiras sobre mim para me fazer parecer uma pateta falando com o cliente.

A porta do elevador se abriu e eu me dirigi ao quarto 7003. Sem esperar nem um minuto para me acalmar, esmurrei a porta. Esperei três segundos e bati de novo, dessa vez com mais força. Alguém abriu na metade das batidas.

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