~ Capítulo 20 ~

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Realmente Rashid estava me levando para um complexo de parques a lá Disneylandia em Dubai. Quase não acreditei e ri bastante quando começamos a andar por um dos parques onde realmente havia a cidade de Dubai completamente em miniatura toda construída de lego. Até o maior prédio da cidade estava em sua plena perfeição ali.

Rashid empregou o celular para tirar o máximo de fotos estranhas enquanto eu estava distraída e fazendo caras. Inevitavelmente, ainda que me pesasse o peso do meu futuro incerto, decidi não pensar a respeito disso, pelo menos não muito, enquanto aproveitava aquele breve momento para rir com Rashid.

Momentaneamente, eu me deixaria ser feliz.

Depois de andar por diversos lugares, acabamos parando numa roda gigante que permitia que pudéssemos olhar grande parte de Dubai lá do alto. Ainda que a cidade tivesse imensos prédios, outros tantos menores também eram visíveis e a paz do vento e das risadas abafadas bem ao fundo, tornavam todo o momento mágico, enquanto eu encarava o mar ao longe, as ruas tranquilas da cidade e do parque, o vento que parecia não somente querer bagunçar o meu cabelo, mas nos transmitir os seus votos de paz nas alturas.

A roda gigante tinha nos colocado quase lá em cima, parando por alguns segundos. Rashid estava ao meu lado e parecia inspirar o vento carregado de ar marítimo pensando em coisa que eu nem fazia ideia. Olhei o seu perfil de lado, o seu nariz afilado em projeção, os seus olhos fechados enquanto ele parecia aproveitar a brisa noturna.

Meu coração pareceu se quebrar em mil pedaços e cair daquela altura da roda gigante. A sensação de que eu o perderia para sempre era palpável.

Para o susto de nós dois, eu toquei o seu rosto fazendo com que ele se despertasse do momento de calmaria que estava voltando os olhos cristalinos e verdes como água na minha direção. Percebi que ele olhava todo o meu rosto como se estivesse tentando encontrar alguma resposta na minha fisionomia. Se ele soubesse ler sentimentos, certamente percebia o como eu estava desolada com a rapidez com que nossa despedida se aproximava, triste e terrível demais.

― Habibti? ― Ele sussurrou e suas palavras pareciam ser levadas pelo vento ecoando na minha alma.

― Sim? ― Consegui sussurrar, mas a palma da minha mão ainda estava tocando o seu rosto. Para minha surpresa, Rashid levantou a mão e tocou no meu rosto. Foi nesse momento que percebi que ele estava recolhendo com a ponta do polegar uma lágrima que tinha caído pelo meu rosto sem que eu a percebesse solitária.

E ela parecia ser o prelúdio do que eu me tornaria dali alguns instantes com a nossa despedida.

Era muito estranho pensar em como você se acostuma com a presença de uma pessoa, os momentos agradáveis ao lado dela, as brigas, as palavras trocadas de frente com o Sheikh. Até os nossos momentos juntos em silêncio comendo um ao lado do outro. Cada uma dessas cenas passava pela minha tela mental como a relembrar o quanto eu já sentia falta de cada um desses momentos passados ao lado de Rashid.

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