~ Capítulo 16 ~

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OBS: Esse conto realmente existe dentro dos contos de Mil e uma noites, mas digamos que eu deixei ele com uma moral mais bonita e mais poético do que ele já é... 

 ― Malena! Foca aqui! ― Gritou Gerson mais uma vez batendo o pé no tatame

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― Malena! Foca aqui! ― Gritou Gerson mais uma vez batendo o pé no tatame.

Suada, com fome e cansada depois de ter passado quase que a noite em claro, cai de bunda no tatame decidida de que poderia me dar alguns minutos de descanso depois de ter a minha vida bagunçada daquele jeito.

Eu havia realmente beijado Rashid? Eu realmente tinha pedido para que ele fingisse que isso nunca tinha acontecido e depois ficado realmente chateada quando ele concordou em esquecer tudo, porque na verdade não estava cem por cento presente naquele beijo, mas provavelmente no amor dele que ainda ocupava o coração dele e que ele nunca havia esquecido?

Me sentindo a mulher mais idiota do mundo, deitei no tatame pedindo para que Gerson fosse me buscar um copo d'agua só para me ver livre dele e do seu possível olhar de julgamento que certamente se já não tinha percebido, tão logo perceberia que eu não estava lá muito bem.

Eu tinha me sentido ferida? De certa forma sim. Mas porque? Aquela sim era uma pergunta muito perigosa, a qual eu preferia não deixar vagar por muito tempo na minha mente com medo de que ela se agarrasse a ideias estranhas que não eram bem vindas.

Afinal, quão idiota eu estaria sendo por começar a gostar de Rashid? Justo o idiota do Rashid, babaca, pervertido e que ainda tinha outra mulher no coração?

Claro que não era isso, tentei justificar para o meu cérebro. Eu só tinha sentido desejo por ele e, bom, ninguém podia negar que ele era bonito, poxa. Ele tinha seu charme. E também tinha todas aquelas qualidades que faziam dele um homem ainda mais atraente. Tipo saber cozinhar maravilhosamente bem ou dançar e conduzir uma mulher de maneira a fazê-la se sentir segura. Havia também todo aquele mistério em cima dele de não poder, tampouco conseguir confiar em alguém.

Eu só estava me sentindo atraída por ele, tentei justificar ao meu cérebro. Não havia nada demais ali.

Então porque você expulsou ele do apartamento quando ele queria continuar te beijando ainda mais e justificou que já amava outra e por isso você não deveria ter medo dele se apegar a você? Por acaso você é idiota e gosta que homem se apegue a você?

Eu não tinha uma resposta que fizesse sentido para isso.

Na verdade, eu nem queria pensar a respeito disso. A única coisa que eu queria era que a porcaria da dissolução do casamento saísse logo e eu não precisasse lidar com sentimentos tão confusos que nunca havia sentido antes. Porque a verdade é que não dava para pensar em querer que um homem de Dubai goste de você quando você certamente voltará logo para o Brasil.

Não podia esquecer que havia minha mãe e meu irmão me esperando por lá.

― Foi tão ruim assim o aniversário ontem? ― Me perguntou Gerson entregando meu copo com água. Bebi tudo de uma vez para ver se assim ganhava mais tempo para fugir das respostas. O aniversário tinha sido ruim, mas certamente não era ele o responsável pela minha total falta de foco.

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