~ Capítulo 3 ~

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Acho que pelo gif vocês perceberam que esse encontro vai ser divertido, né? kkkk

 ― Um brinde para o contrato promissor! ― Disse Gerson e eu ri batendo a minha lata de cerveja com a dele e dando uma boa golada

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― Um brinde para o contrato promissor! ― Disse Gerson e eu ri batendo a minha lata de cerveja com a dele e dando uma boa golada.

Não costumava beber, porque isso não era bom para atletas de alto rendimento, mas prometi a mim mesma que seria só uma latinha de comemoração por conta de tudo o que aparentemente eu ia ganhar depois de tanto me empenhar para ser uma das melhores finalistas brasileiras no judô.

Acho que eu merecia, afinal.

Gerson deu uma boa golada enquanto passeava os olhos pelos homens e mulheres, em grande parte turistas como nós, que estavam aproveitando aquela noite mais fresca em Dubai. Parecia tão a vontade quanto eu. Para mim, tudo aquilo parecia um sonho.

Muitos homens riam e bebiam e eu duvidava de que alguns que falavam naquela língua estranha que eu não entendia fossem todos turistas. Vendo o quanto eu observava alguns, Gerson limpou a espuma que insistia em acumular no seu bigode e falou:

― Aqui é proibido beber para quem não é turista. ― Virei meu rosto imediatamente para Gerson assustada com aquela revelação.

― Tá falando sério? Mas porque?

Gerson deu de ombros como se não estivesse a fim de julgar, apenas comentar:

― Religião deles. Nada de bebidas para os islamitas.

Segurei o mini sorriso que queria se formar no canto dos meus lábios enquanto os pensamentos insistiam em se acumular.

― Essa regra não ia prestar no Brasil não. ― Gerson riu do meu comentário.

― Povo lá não respeita nem sinal vermelho, vai respeitar regra de religião? Pelo menos os turistas ainda podem beber aqui. ― Concordei dando de ombros e voltando a encarar os presentes.

Eu não costumava beber. Não somente porque a minha performance pedia isso, mas porque qualquer coisa que podia viciar eu ficava quilômetros de distância. Na favela era muito fácil você acabar se enveredando por caminhos errados. Caminhos até mesmo piores do que uma simples geladinha. E digamos que eu já tinha problemas demais para enfrentar para ter que lidar com um vício por tabela.

Mas eu até que entendia – não que eu concordasse em tirar a liberdade das pessoas por isso – mas eu compreendia o quanto um vício como bebida podia acabar com uma pessoa. Já tinha visto, infelizmente, de perto.

― Bom dia lady. ― Ouvi uma voz lânguida falar em inglês sentando na mesa que eu e Gerson estávamos. ― Seu irmão? ― Perguntou apontando para Gerson que nem fez questão de parar de beber o seu chope.

Talvez aquele homem estivesse achando isso porque Gerson era negro como eu, ou quem sabe porque a gente se entendia super bem, já que tinha sido Gerson que tinha me descoberto para o esporte quando eu ainda tinha doze anos. Longa história. A verdade era que aquele homem estava ali para me cantar. Revirei os olhos com tédio encarando o homem que queria se fazer de macho alfa. Aquilo não colava comigo.

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