~ Capítulo 27 ~

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Capítulo 27

― Precisamos de um plano rápido. ― Disse entredentes passando a mão no cabelo. Ham concordou, mas parecia também tão impaciente quanto eu.

― Precisamos da ajuda de Tahsin. É o melhor plano. ― Disse Pam enquanto balançava um Abudi adormecido. 

― Fale. ― Foi a melhor coisa que consegui dizer entredentes e ela concordou.

Algumas horas depois, já seguíamos rumo ao Rio de Janeiro, onde já tínhamos planejado tudo com Tahsin. Meu coração quase saía do peito enquanto as lembranças de Yala desfalecendo se faziam fortes. Orei mentalmente para que Alá não permitisse que minha vida fosse tão solitária e que eu não perdesse Malena também.

Por Alá, ele sabia que eu talvez não aguentasse ter me entregue a ela por completo para depois perdê-la.

― Você precisa ficar calmo para seguir o plano, Rashid. ― Disse Ham preocupado. Assenti com a cabeça. 

Encontramos com Tahsin que nos repassou como seria pegar, junto da polícia internacional, Hisur. A nossa função era primeiro chamar a atenção de Hisur para que alguns policiais com escudos chegassem até a vítima para protegê-la de possíveis tiros. Eu estaria com um colete a prova de balas e só precisaria tirar Hisur do sério. O resto eles agiriam. 

Pelo menos, era o que tínhamos, a princípio, planejado. Seria o melhor plano se as coisas não tivessem se complicado completamente quando chegamos no local da cena. 

O galpão onde achamos que Malena estaria, ela não estava. Só havia Hisur. Ele nos sorriu e murmurou:

― Estava esperando por vocês. ― E para a surpresa de todos os policiais envolvidos e até a minha, as luzes apagaram. Os policiais correram procurando a caixa de força e logo a encontraram acendendo as luzes novamente, contudo Hisur, nessa, já havia desaparecido das nossas vistas. 

Fiz a coisa mais idiota no calor da batalha e do coração que ardia em busca de Malena. Comecei a correr para longe da força policial e comecei a gritar:

― Malena! Habibti, onde você está? ― Comecei a andar abrindo as portas que haviam no galpão. Numa delas, encontrei um corredor estreito e decidi correr por ali continuando gritando a plenos pulmões, perguntando onde ela estava.

― Venha Rashid, tenho certeza que quer ver o show que fiz! ― Ouvi Hisur falando ao longe no mesmo corredor. Corri abrindo as portas como podia. 

Em uma delas, encontrei Hisur e Malena e entrei.

E fechei a porta. Mais idiota impossível.

― Sente-se, amigão. ― Ele disse. Arregalei os olhos ao ver que Malena estava molenga nos braços de Hisur, como se tivesse sido drogada. Havia um machucado na boca dela e talvez por tanto se mexer para cá e para lá, os braços e pernas estivessem vermelhos como carne viva com aquelas amarras. Engoli em seco tentando não focar no que me dava mais asco e mais vontade de socar Hisur.

Só não foi a primeira coisa que fiz, pois ele estava com uma faca apontada no pescoço de Malena. 

― Não toque nela. ― Hisur arqueou uma sobrancelha.

― Porque não? Já não tenho nenhuma garantia que sairei daqui vivo. Eu disse para você não chamar a polícia. Agora, meus homens estão tendo que lutar contra aqueles idiotas. Somente se eles vencerem é que poderei sair daqui com Malena. ― Engoli em seco, mas antes que pensasse a respeito, ouvi tiros. 

― Meus comparsas. ― Ele disse sorrindo sorrateiramente. ― Eles chegaram. ― Ameacei chegar mais perto de Malena, mas Hisur recuou colocando a faca ainda mais rente do pescoço de Malena mole.

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