Consequência de um passado conturbado, Rashid tem problemas quando decide beber, perdendo as estribeiras no que fala e faz, seja com mulheres ou homens. Ele não esperava encontrar seu inimigo quando conheceu a única mulher que achou que seria capaz...
Sabe aquele capítulo que muda tudo na história e causa raiva e tudo mais?
Eu acredito que esse seja um desses capítulos... rs... Boa leitura, gente!
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Eu tinha tido uma das noites mais especiais da minha vida.
Ainda lembrava de quando eu e Rashid tínhamos nos sentado para conversar depois de um bom sexo.
― Eu não quero falar de memórias antigas depois de um tempo tão bom contigo, Malena. Mas realmente estou disposto a viver esse sentimento novo que estou descobrindo contigo. ― Disse Rashid passeando o polegar pela pele do meu ombro em movimentos circulares. Suspirei. Eu também não queria falar de memórias dolorosas, ainda que já tivesse contado por alto para Rashid como tinha sido a minha vida com um pai idiota e uma mãe tentando manter a casa de qualquer modo.
― Eu também não quero... Conversamos amanhã, quando eu voltar do treino. ― Rashid concordou e beijou a pele do meu pescoço antes de eu me acomodar por sobre o seu peitoral e deitar.
― Estamos descobrindo isso juntos. ― Ele murmurou no meu ouvido e eu concordei com um sorriso no canto dos lábios antes de adormecer.
Ficaria para o dia seguinte a nossa conversa. Nenhuma conversa triste prestava depois de um bom sexo.
E talvez por isso, pelo bom sexo e pelo belo café da manhã seguido, eu me sentisse como se estivesse caminhando por nuvens, numa alegria que não só chegava aos meus lábios, mas também aos meus olhos. Obviamente, Gerson logo percebeu que eu estava diferente e meio que sorrindo demais.
― Hum... Para quem estava de mal humor esses dias, hoje acordou melhor? ― Revirei os olhos.
― Tenho que ficar de mal humor para sempre?
― Acho que hoje seria um bom dia para isso. ― Gerson revirou os olhos. Franzi o cenho.
― Que há Gerson? ― E então ele respirou fundo antes de me entregar uma garrafinha de água. Bebi de um gole enquanto esperava que ele falasse.
― Hisur novamente, disse que vai aparecer no fim do seu treino. ― Aquele cara não tinha semancol? O cara mais chato e ridículo do mundo, mas que insistia em continuar me dando nos nervos e testando minha paciência.
― E agora no almoço vamos almoçar com o senhor Al-Jar. ― Concordei. Seria um dia longo, pelo visto.
― Vamos treinar então, não é mesmo? ― Gerson concordou.
O dia já tinha começado maravilhoso, muito embora idílico o suficiente para que eu não soubesse como me comportar depois de uma boa noite ao lado de Rashid. Tinha decidido não fazer as malas e abandoná-lo, por agora, mas não fazia a mínima ideia do que significava aquela curtição que estávamos vivendo. Tinha medo de pensar muito a respeito e acabar enlouquecendo, porque quanto mais eu queria entender tudo, mas percebia que eu estava me entregando parecendo uma menina tola, quando Rashid não tinha sequer tido coragem de me contar sobre o seu passado, por exemplo.
