~ Capítulo 25 ~

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Capítulo 25

Malena tinha perdido toda a cor do rosto e não era para menos. Como ela tinha colocado o telefone no viva-voz, eu tinha ouvido tudo o que Hisur tinha falado e o sangue correu forte de pura raiva quando apoiei Malena no meu peito e pesquei o celular de suas mãos.

― Onde você quer nos encontrar? Fale agora mesmo que nós vamos aí! ― Gritei. Eu esmurraria Hisur até a morte se fosse preciso. Ainda que isso não fosse certo, Hisur estava minando cada uma das nossas forças.

― Não se preocupe que eu passo o endereço. Pode vir também se quiser, Rashid. Temos algumas desavenças do passado com que lidar, não é mesmo? ― Hisur riu alto para o meu desagrado. ― Não sabia que você também gostava de ver umas torturas. Não se preocupe que eu deixo você olhar para Malena enquanto cuido muito bem dela, que tal? ― E eu juro por Alá que bateria a cabeça de Hisur quantas vezes fossem necessárias na parede até que ele não pudesse mais acordar, mas não deixaria nunca que ele falasse assim de Malena. Nunca mais.

― Passe o endereço. E não faça mais nada com Gerson. ― Falei rispidamente enquanto ouvia Hisur rindo do outro lado da ligação.

― Passo sim. É uma pena que eu acho que vocês vão demorar para conseguir vir me encontrar. Mas não se preocupem. Eu fico esperando vocês aqui pacientemente. Ah, Gerson também esperará pacientemente. Quantos dias forem necessários. Afinal, quantos dias um homem que já está há um dia sem comer pode aguentar de fome? ― E antes que eu jogasse o celular de Malena na parede destruindo o celular no lugar de Hisur, ele desligou o telefone.

Malena ainda parecia tentar absorver a informação de que seu treinador e praticamente sua família tinha sido capturado por Hisur. Eu também tinha me esquecido completamente dele. Não achei realmente que Hisur fosse jogar tão baixo e que tampouco me colocaria na parede junto de Malena.

Não sabia mais como agir para nos ver livre dessa. Foi talvez por isso que atendi Ham no automático quando vi que ele ligava para o meu Whatsaap.

― Eu vi as notícias. ― Foi a coisa mais racional que Ham conseguiu me falar. Aproveitei para encher um copo de água para mim e para Malena. Por mais difícil que a situação fosse e por mais que a raiva parecesse escapar de cada um dos meus poros, precisávamos tentar manter a calma e resolver as coisas da maneira mais racional possível. Hisur queria se aproveitar do nosso terror para que fizéssemos as coisas precipitadamente e acabássemos nos ferrando.

― Eu e Malena não sabemos o que fazer. ― Foi o que consegui falar. Ham concordou.

― Estou tentando ver se conseguimos te ajudar com algo. Liguei para o Sheikh e ele parece ter algum plano. Papai também está tentando fazer com que os amigos ajam mais rápido para incriminar Hisur logo e a mídia toda fique sabendo. Estamos fazendo o que podemos... ― Concordei com o meu irmão.

― Ele nos chamou para ir lá. ― Contei para Ham. Ele ficou alguns minutos em silêncio e eu quase achei que a ligação tinha caído até que ele voltou a falar:

― Acho que você sabe que essa não é uma boa ideia sem um plano bem definido. Vê o que quase custou a Pam por ter sido irracional e ter tentado salvar o irmão sem um plano bem planejado. ― Concordei. Não queria, por Deus, ter que passar pela mesma coisa que meu irmão e Pam tinham passado.

― Por isso preciso da sua ajuda. ― E Ham começou a tentar planejar um plano comigo.

Enquanto isso, Malena fez uma gravação pelo celular mesmo e postou nas redes sociais contando que tudo aquilo era mentira e que ela tinha até se casado forçada na primeira vez, mas que agora estava casada de verdade, tinha escolhido se casar novamente comigo por amor, porque realmente me amava. Achei bonito a forma como ela falava.

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