Consequência de um passado conturbado, Rashid tem problemas quando decide beber, perdendo as estribeiras no que fala e faz, seja com mulheres ou homens. Ele não esperava encontrar seu inimigo quando conheceu a única mulher que achou que seria capaz...
Um capítulo doloroso seguido do outro.... Preparem muuuuito o coração! É nesse capítulo que vocês finalmente descobrirão a dor que Rashid guarda no coração dele!
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Há dores difíceis de descrever. A dor de perder alguém tinha sido uma dor que eu não sabia explicar para ninguém. Yala tinha morrido de maneira abrupta. Contudo, a dor de perder Malena, ainda que eu soubesse que ela estava viva e que em algum momento futuro, muito futuro, poderia vê-la, não sei porque, tinha doído tanto quanto se eu soubesse que ela tinha morrido.
E eu estava realmente cansado de perder pessoas.
E talvez por isso Ham tenha aparecido tarde da noite naquele dia encontrando o meu apartamento quebrado como se eu tivesse sido roubado por ladrões. Mas a sensação era a mesma, sabe? Como se Hisur tivesse roubado minha casa, minha vida, minha Malena de mim. Mas quem tinha feito o que fez com a minha casa tinha sido eu mesmo, o idiota que destruía tudo o que tinha pela frente.
Claro que tinha me tornado um babaca novamente, roubando alguns vinhos de Ham e me embriagando até o momento que já não conseguia me lembrar se meu nome era Rashid ou Malena. Não me importava mais. A dor me matava ainda mais do que a embriaguez.
― Você só pode estar de brincadeira! A mulher mal saiu e você já voltou a ser o idiota beberrão de antes! ― E esse era Ham tentando ser a voz da razão e me enchendo a paciência do jeito que só ele sabia fazer. Bufei.
― Saia daqui! Não estou pedindo para que me ajude! ― Mas tenho certeza de que a frase saiu toda embolada e com grandes doses de alguém que queria e realmente precisava de ajuda, porque Ham abafou um riso tentando falar:
― Você não está pedindo ajuda, mas precisa. Vamos. Se recomponha! Como você conseguirá resolver essa situação toda se ficar parado aqui? Como visitará ela no futuro? ― Bufei. Ham devia estar tirando com a minha cara.
― Não vai ter como visitar ela no futuro porque nós não teremos futuro enquanto Hisur existir, entendeu? ― Tentei falar como se aquilo fosse tão lógico quanto uma equação matemática. Ham me ajudou a sentar no sofá com cuidado antes de bufar e falar:
― Você precisa fazer alguma coisa então para que esse Hisur saia do seu caminho. ― E Ham estava realmente querendo me tirar do sério. Com fúria, acabei gritando com ele:
― Qual a parte de que não tem como eu lutar contra Hisur você não entendeu, Ham? Qual a parte de que nem Alá quer que eu tenha um amor ficou difícil de você entender? ― E eu acho que estava derrubando lágrimas de raiva e fúria, mas já não ligava mais. ― Ele conseguiu sair sem culpa de um maldito de um crime, você acha mesmo que ele não consegue tudo o que quer? Eu não sou páreo para lutar contra ele! Eu não sou páreo para defender Malena dele, porque eu não fui sequer capaz de defender Yala do plano mesquinho dele! ― E talvez porque Ham conhecesse aquela história triste e terrível, ele tivesse se calado, também convencido como eu de que não havia escapatórias para a minha trágica história de amor. Contudo, para nossa surpresa, Pam estava na porta com Abudi no colo, ouvindo tudo o que conversávamos.
