Capitulo 2 - Não sabe o que eu sinto

2.6K 242 15
                                    

Pov Marian On

"Vete de mi casa"

Essa frase me dói até hoje.
Eu fui uma idiota por achar que poderia concertar toda aquela situação jogando em seu colo meus sentimentos de forma abrupta, sem prepará-la, sem cuidado algum. Fui inconsequente e acabei piorando mais ainda a situação! Todos os dias eu acordo sentindo sua falta, me acostumei tanto com a sua presença, com seu contato, com a nossa rotina ... estava difícil aprender a ficar longe de tudo isso.
Longe dela e da minha Valentina!
Sinto falta da companhia da Ceci e do Rô, me apaguei tanto aquela família que cada puto átomo do meu corpo doía com essa ausência.

- Que falta você me faz, Ana! - Suspiro.

Desde que sair daquela casa não a via falando com a minha mãe e evitava qualquer tipo de contato, a queria longe por um tempo. A culpava por toda essa situação, por ter me envolvido em algo tão nojento e por ter me feito perder o que pra mim naquele momento era o mais preciso que já tive na vida.
Ana me fez sentir de verdade o que é ter um lar pra chamar de seu e ficar sem isso estava me matando.

- Você também sente falta da sua mamãe, não é meu amor? - Fazia carinho na minha filha que brincava distraída com seus brinquedos - Queria poder concertar tudo, mas Ana não me dar nenhuma brecha!

- Mari - Ouço a voz da Elena se aproximar do quarto e enxugo o rosto, evitando qual quer rastro que fizesse com que ela percebesse.

- Estou aqui - Respondo.

- Oi - Sorri ao me ver.

- Oi - Tento retribuir com a mesma animação, más, foi impossível.

- Se prepara que nossa noite hoje vai ser agitada - Animada.

- Ah não Elena, estou sem clima - Digo sem vontade - Não quero sair hoje - Falo.

- Sem essa Mariana - Se aproxima - Hoje eu tenho um show maravilhoso e você não pode deixar de ir.

- Estou sem ânimo para festa - Me volto para Regina - Não estou em um bom dia!

Elena bufa.

- Não vai dizer que tudo isso é por conta daquela senhora ... - A interrompo.

- Elena! - Minha voz saiu extremamente chateada, eu detestava quando ela vinha com esse tipo de comentário e ainda mais com esse jeito de repulsa a Ana.

- Aí Mariana, que saco! Ela te expulsou da casa dela sem se importar com você ou com a própria filha - Joga na minha cara.

Ri em descrença.

- Obrigada por colocar o dedo na ferida - Lhe respondo e ela se volta irritada.

- Desculpa Mariana, mas a verdade tem que ser dita - Continua - A Ana não se importa e nem deve mais lembrar que vocês existem - Eu já sentia meus olhos enxerem de lágrimas, Elena despejava todos os meus piores pensamentos e medos em cima de mim - Já faz quase um mês que vocês saíram daquela casa e até agora ela não se deu o trabalho de procurar por vocês - Me olhava - Então, me dê uma razão pra você está aqui se lamentando por ela?

Engulo em seco.
Meu coração estava pequeno, eu tinha medo da Elena ter razão, não quero aceitar e não consigo ver Ana sendo tão indiferente assim. Eu a magoei, ela se sentiu traída e provavelmente ainda deve estar tendo que digerir tudo. Todos os dias eu penso em ir atrás, mas sei que ela ainda tem muito pra cicatrizar e entender.

- Me deixa sozinha - Me limitei a dizer e me coloquei de costas.

- Nem você sabe o que dizer! - Ri sem vontade - Você sabe que eu estou certa, Mariana! - Insiste - Só não quer admitir.

Regrésame  - MarAnaOnde histórias criam vida. Descubra agora