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  Huang Renjun

(alguns dias depois)

  *TARDE*

   Aproveitando que estava com tempo livre, fiquei na arquibancada pensando naquilo que escreveria na minha carta que o Sr. Qian havia me pedido para fazer.

  Aquilo era mais difícil do que eu achei que seria, eu nem ao menos sabia o que queria escrever e muito menos o que eu achava sobre mim mesmo. No entanto, meus pensamentos foram interrompidos por um aroma forte, sendo acompanhado de mãos grandes cobrindo meus olhos.

-- Ah... Jeno? - seu nome foi o primeiro a vim na minha mente, pois seu cheiro de chocolate meio amargo com certeza foi algo que havia me marcado nós últimos dias.

-- Que bom que lembrou do meu nome - ele aproximou seu rosto ao meu e sorriu, em seguida, desceu um degrau da arquibancada e se sentou ao meu lado - Como você está, Renjun?

-- Estou bem, obrigado - o encaro se sentar ao meu lado - E você?

-- Também estou bem - Jeno se virou para frente, encarando alguns dos ômegas que estavam jogando futebol, e um deles era um amigo nosso em comum - Vi que você e o Jaemin ficaram bem próximos.

-- Sim, sim, o Nana se tornou um dos meus melhores amigos, ele é tão carinhoso e bondoso comigo - dou um sorriso sem querer, apenas por me lembrar do quanto o ômega havia se tornado especial para mim - Jeno, por que se afastou?

-- Não me aproximei mais porque... sei lá, sou meio desinteressante, talvez não quisesse a minha amizade ou coisa assim - falou o mais alto.

-- Lógico que não, quero sim me aproximar de você - sorrio para o mesmo - Eu e Jaemin, na verdade, você amaria conhecê-lo assim como eu o conheço.

-- Podemos jantar juntos essa noite, então? Claro, se não quiserem eu vou entender.

-- Bom, pela minha parte eu aceito e aposto que o Nana também vai querer.

  O coreano sorri e volta a prestar atenção no jogo assim como eu. Jaemin não estava mais jogando e sim, sentado no banco e pela a sua feição exausta estava bem cansado. Mesmo sendo um pouco mais sensível que os outros ômegas, o Jaemin jogava muito bem e não se deixava intimar pelos outros jogadores.

  Assim que Na percebe que ambos estavamos o observando, o mesmo se levanta e começa a acenar para nós dois, com um sorriso lindo em seu rosto. Jaemin estava vindo em nossa direção, quando foi surpreendido por uma bolada no rosto, o fazendo cair no chão inconsciente.

  Tanto o professor quanto a todos os alunos, inclusive Jeno e eu, correram até o garoto desmaiado no chão, formando uma roda em volta do inanimado. 

-- Todos para trás! - falou o professor Nakomoto, logo pegando o ômega no colo e com passos rápidos e cuidadosos, o levou para a enfermaria.
 
-- Calma Renjun, ele vai ficar bem - falou o mais alto, me abraçando de lado, pois meu rosto já estava molhado por lágrimas em ver Jaemin naquela situação.

-- Eu quero ver ele... - falei com a voz falha.

-- Acho que podemos ir vê-lo. 

  Seguimos o professor até chegar na enfermaria, a porta estava fechada e não sabíamos se podíamos entrar ou não, mas mesmo assim, iria ver Jaemin de qualquer jeito.

  Por impulso, abro a porta e entro, sendo encarado pelo professor japonês e o enfermeiro coreano, que estava ajeitando o lúpus na mesma maca que eu estava a uma semana atrás.

-- Jeno e Renjun - o professor nos encarou, sério, cruzando os braços - Vocês não deviam estar aqui, principalmente você, Jeno, que nem está no seu horário de aula.

-- Me desculpa, professor Nakomoto - Jeno se curvou minimamente, se desculpando.

-- O que aconteceu com o Nana? - ignoro completamente a repreensão de Yuta e me coloco ao lado de Taeyong - Ele está vivo?

-- Claro que sim, ele está bem, só desmaiou por causa da pancada - o de avental me respondeu, colocando um pano humido na cabeça de Jaemin.

-- Não vamos incomodar o Sr. Lee garotos, deixa que agora o Jaemin está em boas mãos - disse o professor, enquanto depositava suas mãos sobre nossos ombros na intenção de nos expulsar da sala de enfermagem.

-- Eu não vou a lugar nenhum sem o Nana! - falei bravo, de braços cruzados e batendo firme o pé no chão - Só saio daqui quando ele estiver acordado! - podia até ser um ato de criança teimosa de seis anos, mas costuma funcionar.

-- Renjun, não seja teimoso, daqui a pouco o Jaemin vai voltar.

-- Não! - falo mais bravo dessa vez.

-- Tá tudo bem, Yuta, deixa os meninos aqui, eles são amigos do Jaemin - agora era a vez de Taeyong.

-- Tem certeza de que não vão atrapalhar? - o Lee mais velho negou a pergunta com um balançar da cabeça - Escaparam dessa vez - o mesmo sorriu de canto e saiu da sala, batendo a porta assim que já estava do lado de fora.

-- E mais uma vez, os três estão aqui - Taeyong brincou, encarando a Jeno e eu - Eu gosto de vocês, mas não quero mais vê-los nessa  situações.

-- Não temos culpa - falei, fazendo bico.

-- Eu sei que não, não estou os repreendendo - Taeyong bagunçou meu cabelo, em seguida dando um sorriso - E vocês sabem o que aconteceu dessa vez?

-- Jaemin estava acenando para a gente, quando algum brutamonte arremessou a bola de futebol na cabeça dele - o respondi.

-- Calma, Renjun, pode ter sido sem querer - Jeno tenta me acalmar.

-- Sem querer, Jeno? Então o pé do garoto é torto, porque não é possível - os dois Lee riam.

  Jaemin havia começado a se mexer na maca,  conseguindo acordar do desmaio aos poucos. O mesmo parecia confuso e com uma expressão de dor, assim que sentiu a luz da sala bater contra seus olhos. 

-- Oi Jaemin, lembra de mim? - o garoto acena que sim para Taeyong - Pode me falar o que está sentindo?

-- Dor... - falou o mesmo, levando a mão a cabeça - E um pouco de tontura - Jaemin geme de dor.

-- Eu vou te passar um remédio de dor de cabeça, talvez isso ajude - Taeyong o entrega uma pílula branca, em seguida Jaemin a engole com ajuda de um pouco de água - Recomendo que descanse e beba muita água, se voltar a sentir mais tonturas pode voltar aqui.

-- Obrigado Sr. Lee - Jaemin desce bem devagar da maca e agradece ao mais velho.

-- De nada, agora deita um pouco e descansa.

-- Quer ajuda para ir ao seu quarto, Jaemin? - Jeno o ofereceu ajuda - Se é que alfas podem ficar no andar de vocês.

-- Se eu que sou um ômega e durmo no andar de alfas, o que um alfa faria de mal no andar dos ômegas? - ambos sorriram com o meu comentário.

[...]

 The Boarding School | NORENMINOnde histórias criam vida. Descubra agora