Epílogo

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2 anos e meio depois


Felicidade? Não, essa palavra não é forte o suficiente para definir esse momento da minha vida, para verbalizar o que tem sido esses últimos dois anos.

Esmeralda e eu nos casamos 1 ano atrás, e fizemos isso em uma festa linda, intimista, porém mais bonita e encantadora que qualquer grande evento.

Os pais de Esmeralda faleceram 4 meses antes do casamento. Foi uma época negra, à única nuvem do céu límpido que tem coberto nossa vida juntos.

Antônio Montserrat faleceu quando sua mente e corpou não supirtaram mais o peso das feridas e mentais criadas pelo alzheimer.

A morte de dona Teresa foi rápida, indolor e tão poética quanto toda sua vida. Em um dia como outro qualquer, ela não se levantou com o nascer do sol, um falecimento que eu, como médico, jamais poderei desvendar. Sua partida se deu menos de uma semana depois da do marido, e forçou minha doce Esmeralda a viver seus dois maiores lutos de uma vez.

Estive ao lado dela o tempo inteiro, colhi o temei para mim cada uma de suas lágrimas, prometendo a ela e a mim mesmo que um dia as transformaria em sorrisos, e flocos de lembranças doces.

Por toda essa dor, recém vivida, optámos por uma cerimônia pequena, no jardim da casa dos meus pais.
Nem que eu viva mil anos poderei esquecer a emoção que senti quando a vi entrar vestida de noiva, e de mãos dadas com Noah.

Ela estava deslumbrante, sem sombra de dúvida a coisa mais bonita que Deus colocou na face da Terra. Usava um vestido branco colado ao corpo, e substituindo o brilho exacerbado que geralmente compõe a roupa das noivas, havia renda, uma infinidade de renda. O cabelo comprido e escuro estava arrumado em um penteado que o deixava parte solto, parte preso. Mas com toda essa beleza, nada me chamou mais atenção que olhos. Eles estavam especialmente lindos naquela tarde, brigavam com o sol pelo posto de luminária do dia e ostentavam um verde mais vivo do que a junção de todas as árvores da Amazônia. Não consegui me desviar daquelas esmeraldas, daquele rosto como um todo nem por um segundo durante a cerimônia.

Não me envergonho em dizer que chorei como um bebê quando a ouvi dizer a palavra com a a qual estava sonhando desde que a pedi em casamento: Sim! E ela disse com tanta emoção e amor no olhar, que me fez derramar mais alguns mares de lágrimas.

Aquele com certeza foi o dia mais incrível da minha vida, a felicidade era tão intensa que que alcançava num estalar de dedos as estrelas mais distantes.

Plenitude.

Esse é o termo que mais se adequa aos dias, minutos e segundos que Esmeralda tem me proporcionado. Ela faz de mim um homem completo, um ser humano mais realizado e feliz a cada novo alvorecer e anoitecer.

E um dos picos mais altos dessa plenitude foi atingido em nossa noite de núpcias.

A noite estava fria, mas o champanhe e a paixão em meu corpo me aqueciam mais que qualquer casaco de pele.

Esmeralda não tinha bebido durante a festa, o que me deu uma nova desculpa para embalá-la em meus braços.

— O tempo está gelado. — Disse, beijando-lhe a nuca enquanto minhas mãos escorregavam pela pele molhada.

A risada gostosa de minha esposa ecoou pelo ambiente e aqueceu ainda mais meu coração.

— Mas a banheira está bem quente. — As mãos bateram na água como se pertencessem a uma criança de 5 anos. — Você não precisa me abraçar tanto assim. Não vou congelar.

Rindo, abracei-a com ainda mais força.

— Eu acho que vai sim. Está tremendo.

— Isso não é frio. — Virou-se de repente, colocou as pernas entre as minhas, e sujou de espuma a ponta do meu nariz. — É amor, bebê.

Ergui uma sobrancelha, estranhando o novo apelido.

— Bebê? Vai me chamar de bebê agora?

— Sim... Por quê? Não posso?

— Claro que pode. — Despudoradamente, minhas mãos encontraram o montinho molhado e quente entre suas pernas. — Você pode tudo, agora é a senhora Sandoval. — Sussurrei, me deliciando com o vibrar de sua boceta ao redor dos meus dedos.

Gemidos de prazer preenchiam o ambiente. Quanto mais profundo era o ponto alcançado por meus dedos, mas ela se contorcia e me oferecia o pescoço para enchê-lo de beijos.

Eu a masturbei por muitos minutos, e me excitei com cada um de seus grunhidos e suspiros.

Perdi o juízo ao penetrá-la depois de senti-la gozar em minha mão, a bocetinha quente me apertava e reafirmava a todo instante que aquele era meu lugar no mundo.

Estoquei com um aninal faminto, e tomei com beijos vários de seus gemidos.

Naquela noite, sentimos mais prazer do que na minha vida toda.

Agora estou aqui, esperando pela notícia que aumentará ainda mais minha felicidade.

A menstruação de Esmeralda está atrasada há duas semanas, e hoje pela manhã, enquanto aplaudíamos Noah por seu décimo segundo aniversário, perdeu completamente a cor e quase foi ao chão.

Todos nos desesperamos, como ela tem um coração transplantado, vivemos exageradamente atentos a sua saúde.

Laura, a esposa e razão de toda infelicidade de Álvaro, levantou a possibilidade de Esmeralda está grávida, já que ela mesma passou pela experiência há pouquíssimo tempo, experiência essa que culminou no nascimento da pequena e adorável Liz.

Esperançosos e assustados, voamos para um dos laboratórios Sandoval.

E agora estou aqui, com o coração na mão esperando por Esmeralda, e pelo resultado do exame que pode trazer a maior alegria de nossas vidas.

Levanto-me da cadeira em um salto quando minha esposa entra na sala de espera, na qual a estou aguardando há quase meia hora.

Ansioso, corro até ela e pergunto:

—  E então, amor?

Com olhos mais brilhantes que nunca, e um sorriso nervoso nos lábios, ergue o papel que tem nas mãos e exclama:

— Positivo!

Lúcio- O Renascer De Um CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora