Rain Miller
Senti o meu cobertor ser arrancado de cima de mim pelo meu pai, revirei os olhos percebendo que a minha tentativa de fuga tinha falhado, miseravelmente. Pelo menos, parte dela, já que eu consegui ir para a festa e voltar.
A vida seria mais fácil se eu fosse um ninja, ou se eu nem tivesse nascido.
É cedo demais pra começar com as piadas pesadas?
- RAIN, EU SEI QUE VOCÊ TÁ ACORDADA, LEVANTA DA DROGA DESSA CAMA AGORA. - Ordenou.
Abaixem o volume, as cenas a seguir contém muita gritaria de velho que precisa fumar um ou pelo menos cheirar um pó.
Antes de eu me sentar na cama, enfiei o meu celular debaixo do travesseiro com medo deles inventarem de pedir ele.
Se eles decidirem pegar o meu celular, vão ver um nude meu logo de cara na tela de início.
Um perigo constante mas um prazer também.
Eu tenho que admirar a obra de arte que eu sou.
Eu ainda estava com o vestido que usei para sair, com a maquiagem borrada e com os cabelos bagunçados. Eu tive que voltar correndo e os meus pés devem estar parecendo carvão, já que eu estava descalça quando fugi da festa.
Longa história, mas resumindo, o dono da boate tem uma filha, a filha não gosta muito de mim, e eu não me importei de jogar uma mesa nela, literalmente.
- Bom dia meu pai querido, acordou cedo né? - Brinquei com um sorriso.
- Garota, você não sabe o quanto eu to me controlando pra não...
Pra não me comprar uma casa bem longe dessa cidade? Viu, gente? Ele é um amor!
- Válter. - Chamou a minha mãe, impedindo o meu pai de possivelmente me xingar em 3 línguas diferentes.
Nada que eu já não esteja habituada, até porquê eu xingo ele na minha cabeça em 5 línguas diferentes.
- VOCÊ FOI EXPULSA MAIS UMA VEZ. - Reclamou o meu pai, já vermelho pela irritação.
Finalmente...
Eu to quase chorando de emoção.
- O quê? - Comecei a atuar, escondendo o meu sorriso vitorioso. - Eu não acredito... Deve ter sido um engano.
- VOCÊ TACOU FOGO NO ESCRITÓRIO DA DIRETORA, RAIN, VOCÊ QUER MESMO QUE EU ACREDITE QUE ESSE NÃO É O QUINTO ESCRITÓRIO QUE VOCÊ COLOCA FOGO? - Gritou o meu pai em pânico.
Em minha defesa, a diretora era uma vadia comigo.
Só porquê eu fui expulsa de outras quatro escolas, não significa que eu não sou legal ou não posso ter boas notas.
- Eu não fiz nada. - Menti, dando o meu máximo para esconder o sorriso.
- Você é simplesmente impossível, eu não entendo como você é minha filha, o Lorenzo nunca faria algo assim. - Protestou o meu pai, usando o meu irmão, mais uma vez como um argumento.
- Eu não sou ele. - Falei rapidamente, mudando o tom da minha voz para um tom frio.
- Claro que você não é ele, ele era bem melhor que isso, e outra, ele está morto. - Me lembrou.
O meu pai age como se eu não soubesse disso. Como eu poderia me esquecer, se eles me lembram todos os dias o quanto o meu irmão perfeito morreu por minha causa?
Trazer o nome "Lorenzo" pra uma conversa, é pedir para que eu me feche completamente e aja como uma idiota.
- Você é o único que precisa aceitar que ele morreu. - Soltei com raiva e o olhar do meu pai escureceu.
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O Colégio Interno
Teen FictionRain Miller é uma garota problemática que sempre se envolve em qualquer encrenca possível. Ela vê seu mundo ficar de cabeça pra baixo, quando seus pais decidem colocar ela em um colégio interno, após Rain ter "acidentalmente" incendiado o escritório...