34_ Eu não consigo andar.

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Rain Miller

... - Infelizmente, eu vou expulsar alguém hoje.

O meu coração parou por um momento e os meus olhos se arregalaram, assim como os de praticamente todo mundo no refeitório.

Algumas semanas atrás, eu estaria festejando e torcendo para que seja eu.

Agora, e to morrendo de medo de perder os meus amigos.

Porquê se tem uma coisa que eu aprendi, é que, se alguém que você amava morreu, continue viva por ela, ela ficaria triste de você não ter um grande futuro.

- Como todo mundo sabe, temos a regra de contato físico. O que seria uma infração leve se fosse algo básico. Mas, como vocês podem notar, estamos expulsando alguém, então teve mais que um simples contato físico.

Eu abaixei a cabeça tentando lembrar se eu fiz alguma merda desse tamanho.

- E outra surpresa, é que vamos ter duas pessoas expulsas hoje. - Anunciou a diretora, e mais uma vez, todo mundo arregalou os olhos.

Eu peguei o meu garfo que estava na mesa e me preparei pra enfiar ele na minha garganta.

A Alaris puxou o garfo da minha mão na hora, me salvando, e me encarando com os olhos arregalados.

Não se pode nem mais morrer em paz...

- Letícia e Bruno. - Chamou a diretora. - Vocês estão expulsos.

Todo mundo parecia em choque, até o Marcus, levantou o rosto em choque e encarou a mãe surpreso.

[...]

- Todo mundo tem demônios. - Falou o Marcus por eu ter chamado uma formiga de demônio.

- Eu odeio os meus demônios. - Ri.

- Eu amo tudo que você odeia em você. - Falou se aproximando de mim enquanto eu começava a descer a escada do terraço.

- Eu aposto que se você conhecesse os meus demônios, você odiaria eles também, ou começaria a me odiar. - Falei sorrindo.

Eu estava contra a parede, no topo da escada e o Marcus estava na minha frente.

Era só um empurrão daqui e ele viraria bosta.

Eu sorri quando notei que o Marcus alternava o olhar entre a minha boca e os meus olhos. O frio da noite era quase congelante, mas de um jeito estranho, o corpo do Marcus me aquecia.

- Eu quero ver os seus demônios dançando com os meus. - Confessou com um sorriso.

- Os meus demônios são péssimos dançarinos. - Brinquei.

- Igual você? - Brincou de volta e eu encarei ele com uma falsa indignação.

O Marcus me levou até a janela e abriu a mesma. Depois que ele pulou ficou me encarando e esperando que eu fizesse o mesmo.

Com as minhas habilidades incríveis, eu tropecei na janela e o Marcus rapidamente me segurou.

Mais uma vez, a gente estava lá, presos contra uma estante de livros gigante e a mesa que fica embaixo da janela.

*se preparem pro hot*

- É a segunda vez que isso acontece. - Comentei sentindo a respiração dele no meu pescoço.

O seu corpo estava pressionado contra o meu, eu conseguia sentir o seu coração batendo contra o meu ombro.

A sua respiração fazia leves cócegas contra o meu pescoço e quando ele suspirou, eu tive que fechar os olhos levemente e engolir seco pra me controlar.

O Colégio InternoOnde histórias criam vida. Descubra agora