Rain Miller
Desci do carro sentindo o olhar do meu pai sobre mim, e sem olhar para trás caminhei lentamente até o colégio.
Tinham alguns alunos no gramado que me observavam, mas eu apenas passei direto por eles. Senti os meus olhos queimarem e fui até o banheiro mais próximo enquanto segurava o choro.
Entrei no banheiro, me olhei no espelho e respirei fundo me apoiando na pia.
Finalmente, eu me deixei chorar. Senti as lágrimas quentes descerem pelas minhas bochechas, e me controlei para não soluçar.
Eu nunca gostei de chorar na frente dos meus pais, e mesmo que durante aquela briga, tudo que eu mais queria fazer era chorar, eu não chorei.
Vi a porta do banheiro abrir e a Hilary entrar.
Ela parecia estar chocada por me ver chorar mas logo sorriu debochada.
- Parece que um fim de semana em casa realmente foi capaz de te destruir. - Comentou se aproximando com os braços cruzados.
Ela ficou do meu lado, e eu limpei as lágrimas tentando ignorar a existência dela.
Eu não consigo lidar com ela agora, na verdade, eu não consigo lidar com ninguém agora.
- Eu não vim aqui pra te ameaçar, ou falar coisas sem sentido e muito menos pra te julgar. - Esclareceu e eu olhei confusa pra ela. - Eu to aqui pra te ajudar.
Eu permaneci encarando ela com confusão no olhar e a mesma apenas suspirou se aproximando ainda mais.
Eu recuei e ela falou.
- Eu percebi que das últimas vezes eu posso ter sido uma idiota, tentando te avisar de uma coisa sem explicação nenhuma. Mas eu realmente preciso que você me escute agora sobre o Marcus.
- Eu não vou falar com você sobre uma pessoa que você mal conhece. - Revirei os olhos.
Eu tentei sair mas então notei que a porta estava trancada.
Me virei com ódio para a Hilary e ela me encarou neutra.
- Você é quebrada. - Falou e eu encarei ela com indignação.
- Que merda você quer dizer com isso? - Perguntei desacreditada.
- Não me interprete mal, Rain, todo mundo é quebrado. O problema, é que, você quebra tudo em que toca. - Se aproximou.
Aquelas palavras foram como um tapa que rasgou a minha pele.
- Você quer realmente quebrar o Marcus? - Questionou ela.
- Eu não to quebrando ele. - Respondi com a voz baixa.
- Você é assim, e sempre vai ser. Por mais que você queira o Marcus, você só tá machucando ele aos poucos. - Explicou.
- Chega. Eu quero sair. - Falei tentando abrir a porta.
- Ele é como um vaso caro e precioso, você está jogando ele pra cima e pegando no último instante. Eu sei que você vai deixar ele cair em algum momento. - Continuou sem se importar.
- Abre a merda dessa porta, Hilary. - Mandei não aguentando mais escutar.
- Uma pessoa boa melhora a vida de uma pessoa má, mas uma pessoa má destrói a vida de uma pessoa boa. - Soltou.
- Eu não sou uma... SÓ ABRE A PORTA. - Ordenei em pânico.
- Só porquê ele te ama, não significa que você faz bem para ele.
E de repente, tudo congelou.
Eu não gritei mais, eu não tentei abrir a porta e muito menos consegui pensar direito.
- Ele me ama? - Perguntei em choque.
- A pergunta importante aqui, é, você o ama? - Questionou.
Silêncio.
- Eu não sei... - Finalmente respondi olhando pra baixo, depois de alguns segundos em silêncio.
- O amor se torna um pesadelo quando você não sabe amar...
A minha garganta parecia ter se fechado e a minha mente era nada mais que uma confusão naquele momento.
- Pessoas confusas machucam pessoas incríveis... - Sussurrou ela e eu assenti.
Voltei a encarar a Hilary e ela apenas suspirou caminhando até a porta.
- Espero que você saiba o que precisa fazer. - Falou ela antes de destrancar a porta e sair.
[...]
Entrei na aula de matemática, e encontrei os rostos surpresos de todo mundo me encarando.
A Aly abriu um sorriso cheio de dentes e quase pulou na cabeça de alguém de tanta felicidade.
Eu me sentei do lado dela de cabeça baixa e a mesma ficou confusa.
- Espero que o seu fim de semana tenha sido incrível, senhorita Miller. - Desejou o Robisvaldo com um sorriso sincero.
- Claro, eu só quase cai do sexto andar de um prédio e destrui o resto de saúde mental de algumas pessoas. - Soltei com um sorriso falso.
As pessoas na sala viraram os rostos pra me encarar em choque e o sorriso do Snape de Taubaté lentamente se desfez.
- Eu lamento muito ouvir isso mas tenho certeza que você pode deixar esse assunto pra mais tarde... - Falou o Snape sem saber o que fazer e com o olhar baixo.
Eu assenti, ainda sentindo os olhares de algumas pessoas sobre mim, e grudei a minha cara na mesa.
- Senhorita Miller? - Chamou o professor de matemática e eu levantei o rosto. - A diretora pediu para que você encontrasse ela no seu escritório assim que chegasse. - Informou.
Eu fui lentamente até o escritório da diretora e quando eu estava prestes a bater na porta, o Marcus saiu da sala e me encarou surpreso.
A surpresa no rosto dele rapidamente se transformou em um sorriso bobo.
Ele me abraçou pela cintura e o meu rosto caiu sobre o peito dele.
- Marcus, você pode ter uma bundinha de grilo até legal mas eu garanto que você não tem rabo, fecha essa porta menino! - Ouvi a voz da diretora.
O Marcus riu e fechou a porta antes de voltar a me abraçar.
A minha bochecha voltou a bater contra o seu peito e eu inspirei o seu perfume profundamente sentindo as borboletas correrem pelo meu estômago. Os braços do Marcus apertaram a minha cintura e eu passei as minhas mãos pelas costas dele.
Senti uma lágrima cair do meu olho e eu apertei ainda mais o abraço dele.
Eu sei o que eu preciso fazer.
continua...
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quando tiver 10.999 comentários eu posto o próximo cap da merda ainda hj
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O Colégio Interno
Fiksi RemajaRain Miller é uma garota problemática que sempre se envolve em qualquer encrenca possível. Ela vê seu mundo ficar de cabeça pra baixo, quando seus pais decidem colocar ela em um colégio interno, após Rain ter "acidentalmente" incendiado o escritório...