16. Interlude: Wings

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#EfeitoJagi

Minah

Primeiro, não consegui captar o que Sejin estava me dizendo. As palavras eram estranhas aos meus ouvidos, como se eu não quisesse acreditar nelas. Mas, enxergando a tristeza em seus olhos e a tensão no rosto todo de Jeongdae, a realidade finalmente começou a se assentar sobre mim com seu peso esmagador.

Não fazia a menor ideia do que fazer. Não sabia o que deveria sentir, se deveria me mexer. Meu corpo parecia estar congelado. Tudo que minha mente conseguia pensar era: Taehyung vai ficar arrasado.

Cobri a boca com as mãos ao pensar nisso, como se aquilo fosse capaz de refrear minha emoção, mas ainda assim senti lágrimas queimarem meus olhos.

Ah, meu Deus, Taehyung...

Comecei a chorar com mais intensidade do que gostaria, balançando a cabeça freneticamente, querendo que aquilo fosse mentira. Não, não, não. Aquilo não podia acontecer. Não naquele momento, não estando tão longe de casa. Não ali. Não com ele.

— Ele vai sentir tanta dor — falei, engasgando com soluços e uma nova enxurrada de lágrimas, me sentando em uma cadeira em frente à escrivaninha do quarto. Sejin e Jeongdae fecharam a porta atrás de si, sentando-se ao meu lado. — Sejin, ele vai ficar arrasado.

Sejin se agachou na minha frente e segurou minhas mãos entre as suas, enormes e quentes, um gesto quase paternal.

— Sinto muito que isso tenha acontecido, Moon Minah — Sejin murmurou, e sua voz parecia embargada. — Vamos dar todo o apoio que ele precisar, fazer o melhor possível. É só o que podemos fazer agora.

Balancei a cabeça, mesmo sabendo que ele tinha razão. Nada poderia diminuir a dor que ele iria sentir em seu coração, eu sabia disso, sabia muito bem. Era tão familiar quanto meu próprio nome.

— Pensei em esperarmos até o evento acabar... — Jeongdae sugeriu, parecendo meio perdido, mas eu o cortei no mesmo instante.

— Ele precisa saber. Vai ficar ainda arrasado se escondermos isso dele — murmurei. — É o certo a se fazer. — Engoli em seco. — Mesmo que vá doer muito.

Sejin assentiu, me olhando com interesse renovado, quase como se estivesse surpreso, suavizando o olhar em seguida, apertando minhas mãos outra vez.

— Você pode dar a notícia — falou com ternura. — Sei que passou por uma situação parecida há pouco tempo, e sinto muito, mas talvez seja capaz de fazer isso melhor que nós. Vamos nos preparar para ajudar com o que for preciso.

Assenti, respirando de forma trêmula. Não havia uma maneira menos pior de fazer aquilo.

— Preciso de um tempo, para me recompor — pedi, enxugando mais lágrimas. Tinha que estar forte. Taehyung ia precisar daquilo.

— Me mantenha informado, se precisar de qualquer coisa — o manager pediu, se levantando. Jeongdae já estava perto da porta, e eu não fui capaz de decifrar a expressão em seu rosto. — Você é uma jóia rara, Moon Minah.

Franzi as sobrancelhas em confusão, sem entender o motivo de um elogio como aquele naquele momento, enquanto Sejin me dava um beijinho na testa, me surpreendendo, mas de alguma forma, me reconfortando antes de seguir para fora do quarto. Não sabia o que do que aquilo se tratava, mas teria muito tempo para entender o que significava depois.

Lavei o rosto com água gelada, e encarei meu reflexo no espelho oval acima da pia do banheiro. Meus olhos estavam vermelhos e meio inchados, assim como meu nariz, mas era o melhor que eu podia fazer naquele momento. Ia esperar mais algum tempo até que os meninos tivessem tempo de se acomodar, tomar banho e comer alguma coisa, e só então subiria. Taehyung estava hospedado em uma suíte no andar de cima.

Butterfly // BTS (EDIÇÃO REVISADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora