#EfeitoJagi
Taehyung
Enfiei meus fones de ouvido no bolso e me dirigi para a garagem. Os outros membros já tinham descido para entrar no carro que nos levaria até as gravações dos compromissos e transmissões do último dia do ano, e como de costume, eu era o último - -completamente atrasado — a sair de casa.
— Taehyung-ah! — Ouvi a voz de Sejin hyung atrás de mim e me virei, encontrando o manager meio esbaforido vindo em minha direção. Cumprimentei-o com um aceno de cabeça. — Pode entregar isso para Minah, por favor? Esqueci de entregar antes de ela sair, e preciso trocar o curativo da orelha de Suga.
O hyung ergueu um maço de papéis dobrados juntos e os enfiou na minha mão. Ergui uma sobrancelha em um questionamento silencioso, que fez o hyung revirar os olhos, meio impaciente.
— Tenho que devolver isso para ela há dias, mas estou sempre esquecendo. — Ele passou as mãos pelos cabelos, parecendo cansado, de repente. — Pode fazer isso por mim, por favor?
Só assenti. Não estava me sentindo muito falante depois de acordar de um ótimo sonho, cheio de borboletas.
— Muito obrigado, Taehyung-ah — Sejin hyung agradeceu com um resmungo, parecendo aliviado, e voltou a subir as escadas em direção ao dormitório. Ele ficaria responsável por checar como Suga hyung estava durante todo o dia, mesmo que não fosse muito necessário, porque Moon Minah já tinha deixado o hyung o mais preparado possível para passar o dia em casa, sempre pensando em tudo.
Continuei descendo as escadas e olhei para os papéis em minhas mãos. Franzi o cenho ao ver que eram páginas arrancadas de um caderno com uma caligrafia cuidadosa e bem desenhada, escrita em hangul.
Não leia, Taehyung. Isso não é da sua conta.
Desviei o olhar das páginas por um instante, prestando atenção nas escadas do caminho, mas quando o baixei novamente, não pude deixar de ler uma palavrinha ou outra que era visível mesmo com as dobras.
Não dizem que querem que as pessoas aprendam a ler passando pelos estágios mais difíceis até chegar no ponto em que lêem as coisas automaticamente?, pensei. Bom, não é minha culpa que as palavras estão ali e eu posso entendê-las tão facilmente.
Olhei para os papéis outra vez. Eu não precisava ler do começo, nem ler tudo, aquilo seria demais. Só uma partezinhainhainha, bem pequenininha, só para não morrer de curiosidade.
Me encostei na parede das escadas entre dois andares, e folheei as páginas até a metade. Eram sete folhas, o que resultava em catorze páginas, ao todo.
Sinto que meu coração vai sair dançando para fora do peito quando Taehyung me olha com aqueles olhinhos castanhos (que nem sempre estão castanhos porque ele usa lentes de contato, às vezes). Me lembro de cada pedacinho do seu rosto, a forma como um dos olhos tem a pálpebra dupla e o outro não. O pequeno sinal adorável na ponta do nariz. Perdi a conta de quantas vezes tive vontade de agarrar seu rosto e esfregar meu nariz ali, como um beijo de esquimó, sem falar em como adoro desenhar aquele pequeno pontinho adorável.
O sorriso quadrado cheio de dentes. Ah, como eu amo aquele sorriso. Faz meu coração dar cambalhotas e eu sinto minhas pernas bambas. Não sei como fui capaz de dançar uma dança lenta com ele na cozinha aquela vez. Podia jurar que eu era feita de nada mais nada menos que gelatina. Pura gelatina.
Mas o que mais me fascina é a forma como ele faz com que um sorriso se forme no meu rosto ao mesmo tempo em que um se forma no seu, sem que eu nem perceba. Acho que meu coração sempre soube, mas talvez minha mente não tenha entendido tão cedo assim. Tudo mudou no instante em que seus olhos encontraram os meus naquele elevador, muito tempo atrás, mas sei que mudou mais ainda quando ele disse que eu não estava sozinha, depois daquela noite com seus hyungs de Hwarang. Por falar nisso, tenho que me lembrar de perguntar como eles estão. As coisas andam tão malucas que mal tive tempo de respirar antes de escrever isso aqui.
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Butterfly // BTS (EDIÇÃO REVISADA)
Fanfiction[REPOSTANDO] Moon Minah está perdida. Depois de perder uma das pessoas mais importantes de sua vida, seu mundo é completamente abalado, mas não pode se deixar cair por muito tempo: ela precisa seguir com a vida, de alguma forma, e precisa muito de u...