Butterfly // BTS (EDIÇÃO REVISADA)

27. MAMA

#EfeitoJagi

Minah

Eu estava sentada quase no final do palco montado no AsiaWorld-Expo, abraçando os joelhos junto ao peito e aguardando para assistir aos ensaios das performances que os meninos fariam mais tarde, depois que já tinha deixado tudo pronto nos camarins antes daquilo.

O primeiro a ensaiar seria Jungkook, que estava se preparando em uma enorme plataforma atrás do palco para ficar pendurado preso por cabos de aço. Mordi mais uma vez o polegar da mão esquerda, pelo que deveria ser a décima vez em menos de dez minutos descontando um pouco do meu nervosismo ali. Era simplesmente muito, muito alto, e eu não estava gostando nem um pouco daquilo.

— Moon Minah, vai ficar tudo bem — Sejin murmurou ao meu lado, apertando meus ombros tensos, tentando me tranquilizar.

Assenti de forma meio inconsciente apenas para confirmar que estava ouvindo, sem tirar os olhos lá de cima, onde Jungkook se posicionava preso pelo colete no qual alguns staffs ajustavam aos cabos, em seguida aparecendo através das estruturas penduradas que faziam parte do cenário, os olhos fechados e a cabeça jogada para trás em sinal de rendição. Eu não conseguia desviar o olhar, por mais apavorada que estivesse, porque tudo parecia muito maravilhoso de longe ao mesmo tempo.

— Aish, Sejin-ah — resmunguei, respirei fundo e agarrei uma das mãos enormes de Sejin que estava sobre meu ombro, apertando com força. — Por que tem que ser tão alto?

— Ele está seguro. — Meu amigo manager apertou meus dedos com carinho, e eu pude ouvir o divertimento em sua voz. — Vai ficar aqui por mais um tempo?

Eu ainda estava olhando para cima, para Jungkook, sentindo aquele fio invisível me puxando em sua direção, mas assenti mesmo assim. Não conseguiria sair dali nem se quisesse.

— Vou ajudar Hobi e Jimin a monitorarem a performance deles, depois vou descer e ajudar as maquiadoras com o que precisarem — murmurei.

— Nos vemos daqui a pouco, então — Sejin falou, apertando meu ombro mais uma vez antes de seguir na direção dos camarins.

Quando Jungkook finalmente voltou para onde quer quer que estivesse atrás do palco, encerrando a parte dos cabos, me permiti soltar uma respiração profunda, muito mais aliviada, e pouco depois, ele apareceu ao meu lado usando o outro figurino do ensaio, sorrindo docemente e me entregando um copo de café fumegante, que eu agradeci com um sorriso, nós dois partilhando de um silêncio confortável enquanto ele se sentava ao meu lado.

Depois de ter descoberto o que eu realmente sentia e a explicação para tudo aquilo, era um pouco estranho estar perto de Jungkook. Sabia que não tinha sido a única a sentir algo na loja de Chung-hee, mas não era como se nenhum dos dois tivesse escolhido aquilo.

Eu tentava não demonstrar tanto os meus sentimentos, até porque ele podia achar aquilo tudo uma estranha coincidência, e eu ainda não tinha certeza absoluta se aquela faísca que eu sentia sempre que meus olhos encontravam os seus também percorria seu corpo ao som de sinos reluzentes todas as vezes. Preferi me manter calada sobre o assunto.

Talvez um dia a hora certa chegasse, e eu poderia finalmente lhe contar a verdade, abrir meu coração e minha alma para ele. Talvez um dia.

— Tudo bem? — Jungkook perguntou, me lançando um olhar pelo canto do olho enquanto Hoseok e Jimin se posicionavam no palco mais à frente e o jogo de luzes mudava de cor.

— Nervoso? — perguntei, desviando de sua pergunta, prestando atenção no ensaio dos outros dois membros.

Jungkook assentiu, puxando os joelhos para o peito como eu.