Capítulo Vinte.

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Capítulo Vinte.

— Não... mas somos os netos dele.

Draco sentiu uma pontada de tristeza ao olhar aqueles olhos castanhos da senhora e ver a felicidade dela, mesmo que momentânea. Ela continuou a sorrir.

— Vocês são tão parecidos com eles... — Ela pegou na mão de Harry. — Você é tão parecido com Fleamont...

Harry segurou a mão dela.

— Genevieve...

— Podem me chamar de Gene. — Ela suspirou. — É assim que minha neta me chama...

— Gene. — Harry repetiu.

Ela o encarou.

— Pode chegar mais perto? — Ela pediu. — Quero tocar no seu rosto.

Harry se aproximou. Nesse instante, a mão enrugada de Genevieve tocou sua barba, o fazendo grunhir, como um carinho de vó. Ele fechou os olhos e ele sentiu a doce mão dela, correr por seu rosto.

Quando ele abriu os olhos, havia uma lágrima solitária escorrendo na bochecha dela.

— Desculpe. — Ela pediu. — Sinto tantas saudades de Fleamont. Você é como ele, precisava fazer isso.

Draco secou uma lágrima que ia cair, quando ela olhou-o.

— Venha cá, quero sentir você também. Não se faça de arrogado. — Ela o viu se abaixar.

Com o mesmo movimento, ela alisou o rosto de Draco, o fazendo sorrir. Ela encarava ambos os dois, com lágrimas nos olhos.

— Sinto tantas saudades deles... oh, Deus, obrigada por isso.

Ela se afastou. Os meninos ficaram de pé.

— Me chamo Harry. Ele é o Draco.

— Nomes bonitos. — Ela secou uma lágrima. — Gosto muito de nomes assim.

— Gene, acho que você sabe por que viemos aqui.

Ela não tirou o sorriso do rosto. Pelo contrário, aumentou.

— Claro que sei. — Ela levantou-se um pouco, encostando nos travesseiros e arrumando o cobertor sobre o corpo. — Vieram para saber da história de seus avôs.

— Ela lhe contou?

— Claire me disse que vocês me procuraram por um tempo. — Ela sorriu. — Sentem-se, devemos demorar. Eu estou cansada... mas posso começar um pouco.

— Pode nos falar do começo? Temos tempo. — Draco sorriu. — Não temos pressa...

Genevieve sorriu para ele.

— Deuses, como é parecido com seu avô. Até o sorriso.

Draco ficou vermelho.

— Ele não é tão jovem agora.

— E nem eu. — Ela se encostou. — Eu era tão jovem... Eu tinha dezessete anos quando comecei a ser dona de Le Trous. Minha mãe, Pepe Lauvosier, era uma dama da noite. Ela se casou com meu pai, mas ele era tão violento... ele a agredia todas as noites. Eu era criança, nada eu sabia...

"Nossa vida melhorou um pouco quando ela conseguiu voltar para Paris e montou o Le Trous. A princípio, era para ser apenas um bar de danças e entretenimento... Mas um bar precisava de muito mais. Foi quando Magna, uma velha amiga de minha mãe surgiu no bar. Uma prostituta, uma daquelas de luxo. Ela precisava de ajuda, de um abrigo. E aí, minha mãe... Ela abrigou todas elas. Como uma grande aura maternal, que protegia todas elas.

Alabama Song | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora