Capítulo Vinte e Três.
— Tome. — Claire entregou os remédios para Genevieve. — Amanhã iremos ao médico, para ver sobre esse coração, mamãe.
— É claro. — Ela fez careta. — Por que não compra logo um caixão?
— Dramas hoje não, Gene. — Albert apareceu, pegando a bandeja vazia do quarto. — Ficarão para o lanche da tarde?
— Seria um prazer. — Draco sorriu. Na porta do quarto, uma jovem menina de poucos anos, entrou segurando um cesto de roupa. Era Amélie, uma menina da pele cor de tâmaras e olhos verdes, filha de Albert e de Claire. Tinha um pouco mais de vinte e quatro anos.
— Amélie, poderia fazer uma torta de morangos para nós? — Claire pediu. A menina sorriu.
— Claro, mama. — Ela deixou o cesto no quarto.
— Ela deve dormir rapidamente. — Claire deixou o remédio na mesa. — Mas acho que dá para conversar mais um pouco.
— Claro que dá. Sempre dá. — Genevieve encostou-se na cama. — Agora, vocês dois podem chispar daqui, porque eu estou ocupada.
— Sempre tão educada... — Albert riu. — Até daqui uns minutos.
Eles saíram, fechando a porta. O disco na vitrola tocava Gertrude Lawrence - How Could We Be Wrong? e Genevieve estava sorrindo.
— Sabe, eu daria tudo por um cigarro agora. — Ela confessou. — Eu escutava essa música na janela do meu apartamento, nua. Sempre deixando os vizinhos doidos e chamando o padre, porque de acordo com eles, eu era uma súcubo.
Draco e Harry riram. Ela riu com eles.
— Devo voltar a história... — Ela ficou abatida. — Quando levaram seu avô, Draco... Fleamont entrou em um desespero profano. Quando foi para seu quarto, na pensão, descobriu tudo revirado. O diário dele, do qual ele escrevia livros, tinha sido levado. Ele tinha dois cadernos, cheios de anotações, poesias e desenhos de Abraxas, ou de Paris. Até mesmo, da gente... tinha tudo sido devastado. Foram dois dias, ele morando em um dos quartos do bar, até que algo aconteceu: Abraxas apareceu. Do nada.
— Como assim? — Harry levantou a sobrancelha.
— Ele tinha fugido. O pai dele estava mandando vários homens na cola dele, então eles tinham que fugir. Mas como fugir, com cada policial, sendo amigo de Jack Malfoy? Os portos estavam cheios de olhos, não tinha escapatória. Os mantive escondidos no bar, sob a supervisão de uma arma, enquanto Benito tentava passaportes falsos, e Fermín mandava cartas desesperadamente para seu avôs, para que escondesse Fleamont e Abraxas, nos Estados Unidos. Mas algo, até impressionante, aconteceu.
Harry ergueu os olhos.
— Era maio. O começo dele. Era primavera, o sol brilhava a cada momento. Todos nós estávamos acampando no bar, trabalhando e escondendo os dois. Até que em uma manhã, Fleamont estava desaparecido. Ele tinha saído pela noite, para espairecer um pouco, quando não voltou. Abraxas virou a noite, enquanto procurávamos. Um moleque de pouca idade, entrou no bar, segurando uma carta...
(...)
— Meu pai está com Fleamont. — Ele jogou a carta na mesa. — Quer que eu me entregue para ele, assim ele pode liberar. Na carta, diz que só quer conversar conosco.
— Por que então não vem ao bar?
— Porque covardes se sentem bem em suas tocas malditas. — Benito soprou a fumaça.
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Alabama Song | Drarry
Fanfic[CONCLUÍDA] Na década de 50, na idade do ouro no cinema e Elvis reinava na terra da música, o jazz ainda tocava nas ruas de Paris, Abraxas Malfoy tomava conhaque no Le Trous, e Fleamont Potter era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho...