Capítulo Quatorze.

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Capítulo Quatorze.

— Como disse? — Harry se levantou, olhando para as íris de Draco. O mesmo, sentiu sua alma gelar por segundos.

— Eu... Eu... Eu disse que ele me trouxe você, porque nós temos que nos unir em prol do amor de nossos avôs. O amor me trouxe você para dar um fim na história de nossos avôs.

— Mas o que teria isso a ver com a minha história, com a sua história?

Draco se viu em um argumento sem saída.

— Nada. Mas apenas foi uma curta e exagerada... Comparação?

— Então está me dizendo que o amor me trouxe para você, para resolver o amor de nossos avôs?

— Isso.

— Não faz sentido, Draco.

— Faz. Se observar bem. — Ele se levantou. — Nosso trem sai às vinte e duas. Precisamos ir.

— Mas...

— Eu vou pedir um táxi. — Ele saiu exasperado e atrapalhado.

Suando frio, Draco se escondeu atrás de uma árvore, enquanto pedia um táxi. Deus, o que ele tinha falado? Não, ele não estava apaixonado por Harry, não, ele era homem.

Hétero, homem... Se sentindo atraído por outro homem.

Por que isso tinha que acontecer? Por quê?

Era pecado, era sujo. Ia contra o que ele aprendeu com a sua avó, nos domingos na igreja, era contra o que ele acreditava.

Mas que se foda, não? Ele não era religioso. Desde que enterrou Astoria, questionava sobre tudo e a todos. Se algo bom acontecesse, seria obra de Deus, mas se fosse ruim?

Merda, Draco. Está apaixonado por um homem.

A viagem de trem foi calada. Harry estava olhando as mensagens do celular, vendo que Dean estava procurando Seamus avidamente, e Ron escolhia uma bela roupa para encontrar Blaise. Draco dormia novamente, fazendo Harry terminar o desenho que ele havia começado. Harry se perguntou se deveria continuar a falar com Draco depois dessa viagem.

No dia seguinte, Fleamont desceu do carro do neto de seu amigo e caminhou até a porta, com ajuda da sua bengala. Destrancou a porta e encontrou a casa do mesmo jeito que antes, com a diferença de uma mala e um ticket da EuroStar em cima da mesa.

Ele inspecionou todo aquele espaço. Encontrou o casaco do neto jogado na cadeira, cheirando a crossaint e a bebida. O ticket encima da mesa foi pego entre os dedos enrugados de Fleamont.

Eurostar: Paris/Londres: 10 pm.

Ele suspirou profundamente. Paris e ele não se viam há mais de 60 anos. Sua última lembrança foi um avião, que o esperava gentilmente do outro lado, enquanto sentia Euphemia puxá-lo pelo braço, o xingando. Atrás dele, os olhos de Rita e de Genevieve, enquanto Fermín estava de cabeça baixa.

As lembranças de Paris de felizes passaram para nebulosas. Um tom de tristeza tomou sua vida, deixando tudo em dores. Os anos se passaram, e mesmo com o nascimento de filhos e netos, a dor não se fora.

Ele deixou o ticket na mesa, e viu Harry na ponta da escada. Desarrumado e bagunçado, Harry tinha acabado de acordar.

— Bom dia, avô. — Ele desceu as escadas e deu um beijo na testa do velho.

— Boa tarde, diz me dizer, não? — O velho sorriu. — Como vai?

— Hm, cansado. Pedi até folga hoje, não me aguentava em meus pés.

Alabama Song | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora