Capítulo Vinte e Oito.

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Capítulo Vinte e Oito.

A chuva naquela noite não atrapalhou em nada.

Alguns casais corriam na rua, atrás de abrigo. Uns se agarravam em seus companheiros, enquanto se espremiam debaixo do guarda chuva e ali, se beijavam intensamente, mesmo com o rouco som do trovão.

O violinista da rua fechou seu dia com alguns trocados e foi-se embora. Atravessou a rua e se abrigou, enquanto a janela daquele lugar batia com o vento. Aquele prédio, tanto tempo abandonado, que só havia histórias. Ele passou em frente e viu as letras sujas pelo tempo. Sorriu para si mesmo e se abrigou debaixo de uma manta velha, enquanto corria para sua casa.

Na chuva, Benito e Fermín se acomodavam na cama, sentindo o cheiro um do outro. Benito tinha cheiro de colônia e jornal novo. Fermín tinha cheiro de sabonete francês e doce. Eles se acomodaram na cama, Fermín sendo abraçado enquanto Benito lhe sussurrava doces palavras de amor, como sempre fazia durante as noites, desde jovens.

Genevieve escutava sua vitrola. Boris Vian era seu companheiro, enquanto Claire arrumava seu cobertor, e Albert deixava uma xícara de chá na sua cabeceira, ambos deixando um beijo na sua testa antes de irem dormir. Ela dormia com uma foto de Rita debaixo do travesseiro, e quando um trovão atravessou o céu, ela tirou a fotografia debaixo e a abraçou.

Sofia beijava Fred e eles dançavam sozinhos, na sala de estar de seu pequeno apartamento naquele hotel, onde ela encostava no peito de seu marido, enquanto a chuva era a única testemunha do baile dos dois.

E, no hotel, Draco abraçava Harry enquanto o mesmo estava sentado em seu colo. O sabor dos beijos eram intensos, como o calor daquele momento. O vento batia na janela, na falha tentativa de entrar no ambiente, e a chuva tamborilava em um som ritmante e febril.

Harry nunca poderia se sentir tão completo como agora. Draco o amava, o desejava e era apaixonado por ele. Deus, como ele sonhou com isso. Durante toda sua vida, queria alguém para amá-lo, de maneira verdadeira e profunda.

Os olhos azuis de Draco o encararam quando se separaram depois do beijo. As mãos de Draco, tão firmes em sua cintura, enquanto Harry segurava o rosto dele entre as mãos pequenas e quentes.

A ereção de Draco bateu no ventre de Harry, que nada se importou. Nus, eles estavam em seu mundo particular, apenas aos contatos mais apaixonados.

— Será que era esse o amor que Abraxas falava em seus relatos? — Draco esfregou a ponta dos dedos na pele de Harry. — Seria esse o verdadeiro amor?

— Por que não se aprofunda para saber? Está com medo?

— Não. — Draco o beijou. — Estou confuso.

— Pelo quê?

— Porque eu nunca imaginei que pudesse viver um amor assim.

Harry sorriu e o beijou mais uma vez.

— Agora vive. — Ele alisou o rosto dele. — Comigo.

Draco voltou a beijar ele, com mais precisão. Rolaram na cama, deixando as toalhas e roupões caírem no chão, enquanto a gargalhada de Harry tornava tudo a melodia mais perfeita. Draco ficou por cima, distribuindo beijos pelo pescoço de Harry, descendo para o peitoral e ali, subiu suas mãos para as pernas dele, passando pela trilha de pêlos que Harry tinha, e parou sobre a ereção dele. Harry estremeceu ao sentir os movimentos de Draco sobre seu pau, que estava ficando cada vez mais duro.

— Eu nunca fiz isso. — Draco riu sem graça. — Então, você pode me ajudar com seu corpo.

— Apenas continue a mexer, como está. — Harry aconselhou. — Está gostoso.

Alabama Song | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora