Capítulo Vinte e Seis.
— Achei que eles tivessem se matado depois do que aconteceu.
Fermín confidenciou, enquanto Benito forrava suas pernas com um curto lençol na cadeira de rodas. A tarde jazia caindo, enquanto com ela, a chuva. As crianças apareceram na biblioteca, enchendo os senhores de beijos e indo para a cozinha, fazer o lanche da tarde. As mulheres apareceram, servindo os convidados de bolos, pãezinhos, doces e bebidas. Na mesa de centro, estavam todos os quitutes que Harry e Draco comiam.
Fermín já não era jovem. Sua pele enrugada denunciava a idade, mas seus olhos castanhos mel ainda estavam brilhantes em seu rosto. Ele tinha algumas cicatrizes pelas mãos, e seus cabelos brancos, penteados de lado. Não era um cadeirante debilitado, totalmente ativo e saudável.
— Quando levei Fermín ao hospital, eles me deram 24 horas de vida. Ele estava com a coluna quebrada, uma vértebra dela não estava em boas condições. Eu fiquei e esperei. — Benito contava, as mãos dadas com Fermín. — Na manhã seguinte, o médico me veio. Eu esperava ele falar que ele estava morto, mas ele disse que Fermín estava vivo, mas nunca mais andaria.
— Além dos ferimentos pela pele e uma pneumonia por estar exposto ao frio... — Fermín completou. — Sobrevivi.
— Mas, o mais engraçado, foi de um dia, quando Fermín iria levar alta e ir para casa. — Benito começou a contar novamente. — Eu tinha comprado uma pequena casinha em um canto escondidinho daqui de Paris, depois de vender meu apartamento. Escondido do meu pai, eu achava que ele nunca iria me achar, pois eu havia escrito uma carta pedindo um pouco de espaço. Mas ele apareceu na porta do quarto...
(...)
Benito se sentou na beirada da cama. O rádio, tocava uma música e canções, Blues. Fermín passou as mãos nos ombros de Benito, e lhe roubou um beijo caloroso. De suspensórios e chapéu, Benito recebeu de bom grado, o sabor dos lábios de seu amado.
— Uma cadeira de rodas? — Fermín perguntou. — Onde conseguiu uma?
— Comprei de um rapaz. — Benito o ajudava a colocar os sapatos. — Não se preocupe, contratei uma dama de companhia e uma empregada para nos ajudar, além de um motorista. A dama de companhia é uma enfermeira muito dedicada.
— Benito, me deixe em um asilo. Não valha a pena ficar comigo. Não lhe darei felicidades.
— Besteira. — Ele amarrou o cadarço. — Minha felicidade não é contada com teu corpo, mas com nosso amor. Vou cuidar de você.
Antes de colocar Fermín na cadeira de rodas, vozes em italiano atravessaram o corredor e de repente, abriram a porta. Em susto, Benito se virou ao ver seus pais: Vítor Emanuel e sua esposa, Beatrice estavam na porta.
— Ma che testa dura! — Beatrice se aproximou e deu um bofetada na cabeça do filho. — Ci stai solo spaventando, Benito! Ho voglia picchiarti! (Mas que menino de cabeça dura! Você só nos prega susto, Benito! Me dá vontade de te dar uma surra!)
— Mama! — Ele chamou. — O que estão fazendo aqui?
Beatrice voltou para seu lugar, ao lado do marido.
— Estamos atrás de você. — Vítor foi direto. — O seu apartamento não consta mais nos livros de registro, não tem mais conta sua no banco da cidade. Então, nos deve uma explicação, Benito!
O menino ergueu-se da cama. Com seus 19 anos recém-feitos, já se sentia homem. Olhou para Fermín, que era um ano mais jovem que ele. Estufou o peito, inflando-o. Tinha que ser homem, tinha que contar.
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Alabama Song | Drarry
Fanfiction[CONCLUÍDA] Na década de 50, na idade do ouro no cinema e Elvis reinava na terra da música, o jazz ainda tocava nas ruas de Paris, Abraxas Malfoy tomava conhaque no Le Trous, e Fleamont Potter era um aspirante à escritor que amava a vida. O caminho...