Paris, Abril de 1957.

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Paris, Abril de 1957.

O sol bateu na janela de Fleamont, fazendo Abraxas puxar a cortina. Acordado, ele beijou o pescoço de Fleamont diversas vezes.

— Hm, estou dormindo. — Fleamont sorriu.

— Hm, não me importo. — Abraxas o beijou novamente. — Dia de acordar, meu pequeno lírio.

Fleamont sorriu. Abraxas pegou o caderno na cama. Rodeados de folhas da máquina de escrever, eles ficaram até tarde criando nomes diferentes para alguns personagens do livro de Fleamont.

— Sabe, madruguei enquanto dormia, e pensei em um nome fantástico. — Abraxas pegou a caneta e riscou.

— Qual nome?

— Harry.

Fleamont abriu um dos olhos.

— Esse nome é bonito.

— Daria um nome bonito para uma criança de olhos verdes e cabelos morenos. Feito os seus.

— Abraxas...

— Penso eu que ficaria bonito.

Fleamont se sentou na cama, e pegou a caneta.

— Sabe, eu gosto do nome Draco.

Ele escreveu em letra cursiva, no diário de Abraxas.

— Draco é um nome bastante incomum em Londres.

— Mas não seria incrível se fosse usado por um Malfoy? — Fleamont riscou. — Se eu pudesse, adotaria um menino e colocaria tal nome.

Abraxas o atacou. Entre risadas e beijos, os dois rolaram na cama de solteiro, assustando os gatos.

— Sabe, amo você. — Abraxas esfregou o nariz na pele macia de Fleamont. — Amo você.

Eles sorriram, um ao outro.

— Sabe, podemos nós ficar rolando e rolando nessa cama... — Abraxas o pegou e arrastou para seu colo. — Enquanto eu canto odes sobre sua beleza descomunal e masculina.

— Claro que podíamos, mas não realmente podemos. — Fleamont o beijou na testa. — Devemos começar a nos preparar para nos mudarmos para uma casa nova.

— Finalmente tomou vergonha de escolher um canto para nós dois?

— Achei uma linda casa no centro sul. Estou indo vê-la hoje. Que tal passar no seu apartamento e descansar enquanto eu a olho?

— Fleamont...

— Se for nós dois, desconfiarão. — Ele encostou a cabeça no ombro dele. Fleamont era dois palmos mais baixo do que Abraxas. — Não precisa ter medo, eles não vão me pegar.

— Juro que tem alguns mexeriqueiros falando de nós. — Abraxas suspirou. — Boris mesmo disse que um rapaz estava perguntando sobre você e eu.

— Eles devem tomar conta da vida deles e não se meterem na vida alheia.

— Sei eu, mas eles nunca nos deixarão em paz. Fleamont, por que não vamos embora?

— Abraxas...

— Eu sempre quis morar sabe aonde? Em uma cidade distante de Londres, onde podemos comprar uma casa e morar por lá. Um vilarejo, um canto nosso.

— Mas... — Fleamont fechou os olhos. — Temos nossa família aqui. Temos Rita, Genevieve e Fermín. Agora, temos Benito e Claire. Até Boris entra-se no meio.

— Eles terão a vida deles.

— Claire...

— Levamos ela. — Abraxas sorriu para ele. — A criaremos como filha, mas falamos que somos tios dela, irmãos dela. Inventamos algo, mas a levaremos. Teremos nossa família.

Alabama Song | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora