Poção do Amor (parte 3)

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Ele se aproximava de mim e me apertava contra o quadro gritante.

Tantas emoções que foi difícil agir, primeiro aquelas mãos em mim, um no pescoço e outra na cintura, sempre juntando nossos corpos, me acariciando, arrepiando. Além disso, chegava perto, mais perto, consigo ver nitidamente os olhos fechados dele por detrás do óculos.

Contra todas as minhas forças e meus pensamentos, eu fiz o que seria melhor para ele depois que aquilo acabasse: tapei minha boca, coloquei minha mão na frente de nós, as costas virada para mim, a palma para ele.

Ele beijou a palma de minha mão. O que não foi ruim para mim.

- Não quero, Potter - eu disse, um pouco triste, porque eu quero sim.

Ele me olhou com as sobrancelhas quase grudadas de tão franzidas, depois concordou e segurou suavemente com as suas a mão minha que tapava sua boca, acariciando ela, a apertando, a beijando na palma, nas costas, nos dedos.

Eu assisti, extasiado. Sem quase conseguir respirar, principalmente depois que, entre os beijos, senti um molhado porque ele abriu a boca para me tocar.

Agora eu tinha certeza que ele fazia com minha mão o que queria fazer comigo por inteiro.

Ele sentiria tanta vergonha, nunca mais olharia para mim depois disso, quando essa poção passar, terei acabado com todas as chances quase impossíveis de ele ficar comigo por interesse próprio.

Pelo menos ele pode me agradecer por nunca ter me beijado na boca. Principalmente por eu ser menino, sonserino e Malfoy; não gosto de imaginar isso, mas eu não devo me iludir, não quero isso. 

E o quadro parou de gritar.

Ele continuou com minha mão como se fosse algo de outro mundo, até que meus amigos vieram atrapalhar.

- Draco, nos descul... - Crabbe parou depois de ver eu e Potter.

- Nós viemos nos desculpar, mas ele está amando isso - Pansy disse, cruzando os braços.

Puxei minha mão das dele, justo agora que ele começou com as mordidas.

- Verdade - Goyle concordou com o óbvio.

- Calem a boca. A culpa é toda de vocês. - eu disse enquanto tentava me afastar dele, mas o Potter sempre me segura pela cintura e enfia o nariz em meu pescoço. - Se Você me ama, pare de me beijar, acariciar, me segurar, me tocar - mandei como a única forma que me veio à mente de o segurar.

Eu sei que fui duro, mas não consigo conversar com ele fazendo aquilo comigo.

E foi uma boa forma. Com ordens assim que irei completar as 24 horas da poção.

E ele parou, ficando atrás de mim.

- Quero saber como fizeram todo esse caos - pedi.

- Roubamos um pouco da Poção do professor enquanto estávamos na aula - começou Pansy.

- Depois colocamos por cima do pudim, como calda - continuou Crabbe.

- E mandamos uma garota sonserina do segundo ano levar o pudim para a Granger, dizendo que tinha vergonha de entregar pessoalmente, assim Granger entregaria o pudim ao Potter e ele se apaixonaria por ela - terminou Goyle.

- Idiotas.

- Não podíamos  adivinhar que você passaria ali, Draco - Pansy defendeu.

- Dane-se - eu disse me virando. 

- Potter - Pansy começou a dizer depois que o carrapatinho  me seguiu. -, você está sob efeito da Poção do Amor que estudamos hoje. Você não é apaixonado pelo Draco. Aquele pudim que ele te entregou fez isso tudo acontecer. Você percebe isso, não é mesmo?

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