Poção do Amor (parte 5/final)

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Acordei novamente e ainda estava escuro lá fora, vi a noite olhando por cima de Harry. Ele ainda me segurava por perto. Ele dormia.

Eu poderia ficar assim com ele por tanto tempo.

Harry se mexeu e me apertou mais, me virei e fiquei de frente com ele. Estava sem óculos, dormindo calmamente. Tão lindo. Cheguei mais perto, encostando nossas testas.

Minutos se passaram enquanto eu o admirava, até que me lembrei de que o dormitório não é só meu.

Quem mais estaria ali? Quem mais viu tal cena?

Levantei a cabeça e olhei para as camas, todas vazias. Harry se mexeu, abrindo os olhos, olhando todo o meu rosto, me senti envergonhado.

Depois deu um leve sorriso.

Não pude deixar de apreciar tal visão. Meu coração já batia forte e eu não conseguia mais juntar nossas testas sem me lembrar de que ele estava sob o efeito daquela maldita Poção.

Levantei rapidamente, ficando sentado. O braço dele já não passava por completo em minha cintura, mas sua mão ficou em minha coxa.

Respirei profundamente para não sair de mim.

- O que ainda está fazendo aqui? - o melhor seria eu agir indiferente.

- Quero estar com você, mesmo não acreditando que eu tomei o antídoto, mas você logo saberá que eu não preciso de poção para querer ficar com você.

Por que dizer isso?

- Hum. Então quer dizer que você não está loucamente apaixonado por mim?

- Loucamente, não - me respondeu, ele ainda estava deitado e deixava a mão no mesmo local.

- Hum. Então não tem nenhum poema aí para mim? - perguntei.

- Não - Ele pareceu sem graça. - Se quiser, eu posso tentar fazer.

- Huum. Vai declamá-lo na frente de todos?

- Bom, isso já é complicado.

- Me ama? - perguntei por fim. Isso resolveria.

- Amor é forte - Ele se levantou, ficando cara a cara comigo, sem retirar a mão de mim, o que gosto.

Ele não deve mesmo estar sob efeito daquela maldita.

- O que odeia em mim? - aproveitei, sob efeito, imagino que não teria resposta.

- Odeio quando fala mal dos meus amigos, odeio alguns pensamentos preconceituosos seus, odeio que me olhe com frieza mesmo quando sente outra coisa, odeio que você minta para si e para mim fingindo que não liga para nada.

Obrigado, Harry. Depois diz que gosta de mim.

Pelo menos ele respondeu.

Oficialmente, nada de Poção do Amor por aqui.

- Me desculpe - pediu ele, tirando a mão de mim.

Não tira!!

- Eu posso dizer o que amo, se não for parecer efeito da Poção - disse, até me pareceu vermelho.

Fiquei quieto. Já acredito que ele tomou o antídoto.

- Não precisa - disse, saindo da cama, o pior é que eu tinha que passar por ele. - Com licença.

- Espera - pediu. Eu parei e o olhei.

- Eu amo quando me olha sem frieza, amo a sua inteligência e como faz tudo parecer mais fácil. Amo quando fica sem graça perto de mim - disse, infiltrando os dedos dele entre os meus. - Amo quando me desafia a te vencer em algo, é como se só assim pudéssemos nos falar por mais tempo.

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