Tô mal e descontei minha tristeza nesse capítulo então se preparem kk
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Gatilhos : Crise de ansiedade e automutilação. ⚠️
O capítulo tá muito pesado gente, cuidado
Uma semana se passou desde que visitei a quadra de vôlei. Conversei com a maioria dos meninos de lá,todos foram super gentis e atenciosos. Tora até chegou a implorar para eu me tornar assistente do clube. Não era minha laia,tive de recusar com um sorriso amarelado para ele. Minha relação com Kozume não estava nem perto de melhorar. Ele me ignorava na maioria das vezes que tentava falar com ele. Eu já estava começando a desistir,só estava me humilhando.
Tirando a parte de que eu estava triste por causa de Kozume,havia algo com o que eu realmente precisava me preocupar,a consulta de Domingo. Eu estava nervosa para saber o que o médico falaria. Ultimamente eu estava tendo muita falta de ar,e isso me preocupava bastante. Estava com medo de precisar fazer quimioterapia ou radioterapia. (N/A: Sn descobriu o câncer "recentemente",então não sabia ao certo se precisava ou não de quimio ou radio).
Tal dia chegou e eu estava muito nervosa. A consulta estava marcada para 7 horas da manhã e acordei duas horas antes por causa da ansiedade. Arrumei o futon e abri o armário baixinho para não acordar Haruka. Guardei o futon e fui em direção a minha cômoda para pegar alguma roupa. Estava escuro e não consegui ver nada, peguei meu celular que estava em cima da cômoda e liguei a lanterna para ver melhor. Peguei uma camiseta de gola alta roxa e uma calça preta com pequenos rasgos no joelho. Abro a gaveta de baixo e pego um conjunto de calcinha e sutiã de renda preta. Ajeito a roupa em cima da cômoda e saio do quarto.
Eu estava querendo chorar,mas estava segurando para não preocupar ninguém. Me sentei no chão de madeira gélido que dava para o jardim de casa. Sem dúvidas,era meu lugar favorito. Eu ficava tão absorta em meus pensamentos quando estava ali que se me olhassem pensariam que eu estava drogada. Pensamentos invadiam minha mente,a maioria pensamentos obscuros. Eu não era lá uma pessoa tão positiva,por mais que tentasse ser. Eu estava desesperada. Eu sabia que eu não viveria muito tempo. Eu sabia. Pensar nisso foi a pior opção. Comecei a soar frio,minhas mãos ficaram trêmulas e minha respiração ficou ofegante. Minha vista estava embaçada,já podia sentir lágrimas percorrer minha bochecha. Eu queria gritar. Meu peito doía e levei as mãos trêmulas até ele. Eu estava trêmula. Me encolhi com dificuldade até ouvir a voz de desespero abafada da vovó. Eu não conseguia ouvir muita coisa,era como se estivessem tampando meus ouvidos. Olhei para ela com dificuldade até perder o equilíbrio de meu corpo e cair no chão gélido. Fechei os olhos sentido só as lágrimas caindo e meu coração acelerado. Eu havia desmaiado.
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Senti a mão quente de vovó fazendo carinho em minha testa e ouvi o choro de Haruka e o som dos aparelhos hospitalares. Ah,tudo estava se repetindo. Essa foi a segunda vez que acontece isso. Minha mente desligara e eu esquecia os problemas. Esquecia de tudo que estava acontecendo. Esquecia de como minha vida virara de cabeça para baixo quando descobri esse maldito câncer que para minha grande "sorte",era o mais raro que tinha. Por causa desse maldito câncer,eu sentia falta de ar frequentemente,tinha perdido 3 quilos, dava febre hora ou outra.
Abri os olhos com dificuldade,vendo vovó com os olhos fechados orando baixinho e Haruka cabisbaixa ao lado da vovó. Tossi um pouco e ambas se levantaram rapidamente chorando alto. Haruka estava desesperada indo em direção a porta para chamar os médicos e vovó beijava minha testa sem parar. Queria perguntar o porquê de estar ali de novo,queria perguntar o que aconteceria daqui em diante,mas me faltava voz. Minha garganta parecia que estava com um nó. O médico chegou junto de Haruka e eu rapidamente arregalei os olhos querendo chorar desesperadamente. O médico falava com vovó e Haruka apertava minha mão com as lágrimas formadas em seus olhos.
- Vai ficar tudo bem,prima. Eu juro que vai ficar.- Ela falava com um sorriso sincero nos lábios limpando as lágrimas que desciam pelas bochechas.
Não vai ficar tudo bem,eu sabia disso. Logo depois que Haru falou isso o médico e vovó vieram em minha direção. Vovó estava com o semblante abatido,sem nenhuma esperança transparente.
- Senhorita [Nome].- o médico se sentou em uma das poltronas que tinha do lado da cama. - Vou conversar um pouco com você,preciso que mantenha a calma. - ele deu um longo suspiro. -Tumores cardiovasculares malignos apresentam prognóstico complicado, porque surgem, principalmente, após a ação metastática de linfomas, sarcomas, melanomas malignos e neoplasias de mama ou pulmão.As células tumorais metastáticas podem chegar ao coração por dois modos. Pela via hematogênica, que é a transmissão de células da doença pelo sangue ou por implante nas valvas (válvulas), no miocárdio ou no pericárdio. Outro modo é por proximidade (contiguidade), quando o câncer está em locais próximos, como o pulmão, pleura, mama e mediastino. - eu ouvia atentamente cada palavra que ele falava,mas não entendia nada. - Resumindo,o câncer no coração é o mais raro que tem. Não se sabe ao certo se realmente o câncer começou em seu coração,veremos nas próxima consultas.
Eu estava tendo um déjà vu. Todas aquelas palavras foram inúteis,eu já sabia que era raro.
- Será necessário fazer quimioterapia,senhorita.- disse desviando o olhar quando se deparou com meu semblante desesperado. Então realmente vou precisar fazer quimioterapia. Fechei meus olhos e chorei,chorei,chorei.
Depois de quatro dias,recebi alta no hospital. Por quatro dias,eu não falei nada. Por quatro dias,eu não tinha pensamentos bons. Por quatro dias eu não comi absolutamente nada. Cheguei em casa por volta das 13:00 da tarde e me tranquei no banheiro, ninguém me impediu de nada. Deslizei até o chão colocando as palmas das mãos nos olhos fundos. Chorei sem parar. Não ligava se meu coração doía e que eu podia ter outro desmaio. Eu precisava daquilo. Eu precisava desabar. Meu sonhos foram destruídos,minha felicidade foi embora. Cadê meus pais? Mamãe me prometeu que iria cuidar de mim para sempre e papai disse que eu seria sua bebê para sempre. Levantei rapidamente e olhei para o espelho. Eu estava irreconhecível. As olheiras estavam gigantes,meu rosto estava magro e meus braços magros. Tirei a blusa voracidamente. Minhas costelas estavam visíveis,a barriga murcha. Abaixei o rosto e olhando para minhas pernas magras. Essa não era eu.
Lágrimas não paravam de sair de meus olhos. Minha vida perdeu a cor. Eu estava atordoada. Desviei o olhar do espelho me deparando com um pedaço do mesmo do lado de minha escova de dente. Peguei ele com força,o que fez cortar minha mão e sair sangue sem parar. Ergui o braço esquerdo,cortando o antebraço profundamente. Quando percebi o que fiz,joguei o vidro para longe e deslizando de novo até o chão. Cobri a boca com a mão direita e gemi de dor. Sangue pingava pelo chão sem parar,fiquei um pouco zonza,mas. ao cheguei a desmaiar.
todas as informações sobre câncer foram tirados do google
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more than words;; kenma kozume
Fanfiction[Nome] é diagnosticada com uma doença terminal, e tem pouco tempo de vida. Em meio ao caos de sua vida, ela encontra uma luz que tem cabelo meio loiro.